segunda-feira, 16 de abril de 2012

A pele que habito

Falei para Eloá que não sabia se recomendaria "A pele que habito" pra ela. Geralmente, quero que ela veja tudo que eu vejo e gosto. É que eu tinha acabado de ver o filme e estava em uma pequena crise. Gostei - putz, é pouco, fiquei enlouquecido -, mas sei que é um filme estranho e, talvez, difícil para almas sensíveis. De qualquer forma, é uma experiência e tanto. O filme apresenta uma situação - mulher vive enclausurada e se submete a um transplante de pele por um médico esquisito (soturno, pra dizer o mínimo). Por que ela se submete? Quem é ela? Putz, o filme nos apresenta essa linda mulher, depois somos supreendidos por uma cena extremamente violenta para em seguida ela e o médico caírem nos braços um do outro. É nesse ponto - e até aí tudo é muito sem explicação, meio embaralhado - é aqui que a trama volta seis anos e começa de fato o filme. A partir desse flashback começamos a ter as explicações sobre os acontecimentos do tempo presente. Almodóvar dá um nó na cabeça do espectador, meio que obriga a rever o início do seu filme, porque tudo ali é muito diferente do que imaginamos. É um trabalho muito lindo em sua realização. Mas não se engane, não é uma história de amor, como também não é uma história com final feliz. É um suspense intrincado, intenso, sem concessões, com algo a dizer. E, o melhor de tudo, como é bom!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Chico

Chico Anísio era maravilhoso. Ainda hoje veria com todo prazer seus programas, seus personagens. Chico pertenceu a uma geração de humoristas que fizeram a minha infância numa época em que não existia nem essa maneira grosseira de fazer humor nem o chatíssimo politicamente correto. Os caras eram de outra escola, tinham um refinamento e uma bagagem cultural que fazem falta ao humor.

Televisão

Na internet, vi o primeiro episódio de "Louco por elas", série com o Du Moscovis, e achei muito simpático. Seria surpresa não ser bom com gente como João Falcão, Adriana Falcão e Guel Arraes envolvidos.

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Novela, eu sempre quero ver as primeiras semanas. É um período em que o material está mais bem trabalhado e ainda não houve interferências e mudanças de rumo impostas pela audiência. Mas mesmo nessas primeiras semanas, minha implicância com o autor de "Avenida Brasil", João Emanuel Carneiro, não desaparece, ao contrário. O que, de fao é muito legal, nessa nova novela? A vilã de Adriana Esteves comprova o talento indiscutível da atriz, mas sua personagem não está um tom acima? Murilo Benício já foi uma grande promessa da televisão. Até hoje não saiu da promessa. Faz exatamente os mesmos tipos de sempre, com os mesmos cacoetes. E não é que seja o mesmo e esse mesmo seja legal (tipo um Pedro Cardoso). Benício é a mesma chatice de sempre. Débora Falabella é a vingadora a la Kill Bill da vez (só eu pensei nisso quando vi aquele close dela na moto?). Débora é boa atriz, mas ainda não apareceu com força na trama. Até agora só franziu a sobrancelha e fez cara de choro (diferente da garotinha que faz seu personagem criança e que é mesmo um achado, apesar do texto extremamente clichê). E o que dizer de personagens que são salvos de viver na miséria de um lixão, vão morar bem (até em outro país), ter tudo, mas retornam à miséria para fazer visita e matar saudades. Hein? É possível? Sem falar que o lixão é tipicamente um lixão para inglês ver, né. Pelo visto (e por ter lá uma potência como a Vera Holtz), vê-se que será uma locação importante na trama, onde os personagens estarão voltando sempre para que ali coisas aconteçam. Personagens bem de vida, alguns com carrão, viagem para o exterior, e mansão com empregados, todos frequentando lixão? E o núcleo cômico feito por Alexandre Borges e suas diferentes mulheres que não sabem uma da outra? Quem não já viu esse filme, digo, essa novela? Em pelo menos todas as anteriores. Quem é legal em papéis menores? Nathalia Dill é linda e até agora isso tem sido suficiente. Débora Bloch continua bela, mas é atriz para muito mais. Ísis Valverde é talentosa, tomara que seu personagem não caia na pura caricatura. Marcello Novaes, um ator carente de cloreto de sódio, tem um único papel, servir de escada para Adriana Esteves. Fabíula Nascimento, essa ótima atriz, tomara que não fique reduzida na trama a uma sombra andando atrás da Heloísa Perissé.