quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Blog

Caramba. Passando o olho no blog antigo, vi que escrevia muito mais lá. Não tinha limites, falava de tudo e de cada coisinha da minha vida. Foi bom ler vários trechos, enquanto outros me deixaram sem graça. Era muita exposição. Mas não acho tão ruim (só um pouco). Afinal, no balanço, o exercício valia a pena. Aqui sou muito mais contido. Por vários motivos; o principal deles é que estou diferente, em outro momento da minha vida. Tem aquele episódio que conto sempre, quando Franklin, o amigo, esculhambou o fato de eu só escrever no blog sobre "mulheres, filmes e vinhos". Minha resposta foi uma pergunta: "tem coisa melhor?". No fundo, o comentário dele provocou em mim uma mudança de atitude. Fiquei mais tímido, mais reservado, passei a falar pouco de vida pessoal e anotava apenas sobre filmes, livros e alguns acontecimentos mais importantes. Acho que a mudança foi um pouco eu assumindo que Franklin tinha razão quando me fazia repensar o blog; e um pouco de amadurecimento. O fato é que sinto falta de escrever um pouco mais sobre futilidades, vida pessoal e observações gerais. Sem deixar de anotar sobre filmes, livros e minha (parca) experiência culinária. O desafio agora será encontrar um equilíbrio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Viagem ao céu

Saí do meio do sertão das gerais, o mundo incrível das peripécias de Riobaldo e Diadorim, para voar alto em um mundo não menos incrível com Pedrinho, Narizinho, Emília e companhia. O livro "Viagem ao céu" é de cair o queixo de tão bom, tão instrutivo e tão fácil de ler. Sempre achei que não se deve tratar criança como debilóide, que são pessoinhas espertas, captam as coisas, montam seus raciocínios. Monteiro Lobato entendeu isso. Escrevia sobre assuntos complicados de maneira saborosa. Não há criança ou adulto que não embarque nas suas aventuras e, de lambuja, aprende-se muito.

Terminada essa jornada com a turma do sítio, já estou no cenário das histórias de Dostoiévski. Comecei "O jogador", livro que tinha lido há tanto tempo que pouco lembro da história. Vamos indo...

domingo, 16 de outubro de 2011

Lobato

E mal terminei de ler Guimarães Rosa, passo ao livro que presenteei minha filha há alguns meses: "Viagem ao céu". Ela leu antes de mim e adorou. É mais um livro de Monteiro Lobato, esse autor por quem tenho grande, imenso apreço.

Grande sertão

Escalei uma montanha.
Terminei a leitura de "Grande sertão: veredas", o clássico de Guimarães Rosa.
Não é uma obra fácil de atravessar.
Há sentimentos diversos para quem lê o romance.
Um deles é um incontornável prazer: não faltam passagens deliciosas no livro (algumas reproduzi aqui no blog).
Mas é um livro que requer uma certa paciência do leitor nos momentos menos emocionantes.
Não acho que seja um livro difícil, a linguagem é diferenciada mesmo, mas depois que acostumamos, vamos embora sem grandes problemas.
Há aqueles pontos altos, um deles é o julgamento de Zé Bebelo, outro é a cena de guerra no final - todo aquele monte de informação que vem de vez.
Não vou estragar pra quem não leu e falar sobre isso aqui.
Posso dizer apenas que fiquei triste com o final, não direi desapontado, porque foi uma experiência muito boa. Valeu muito a pena ter lido o livro.
E gosto muito da relação entre os dois jagunços, o sentimento confuso de Riobaldo por Diadorim. Confuso não! Riobaldo está certo que ama Diadorim. É um amor genuíno de um jagunço por outro jagunço, um amor com tudo que tem direito.
A maneira como isso se desenrola, como vemos o relacionamento acontecer, tudo isso é muito bem manipulado. Se parar para pensar, o fato de Diadorim ser mulher é um detalhe.
O autor queria essa ambiguidade, trabalhou para isso.
É uma riqueza uma história assim.
Os tipos que aparecem ao longo do livro também são bem interessantes: Hermógenes, Joca Ramiro e Otacília são alguns deles.
É uma história regional, então o lugar onde tudo acontece faz toda a diferença para as coisas serem como são.
O Riobaldo é um personagem rico, não só no que sente, no que diz, mas como expressa tudo e como interpreta e avalia os fatos passados que narra.
Sua referência constante ao ouvinte, um senhor instruído a quem ele conta a sua história, é uma informação interessante.
A mim ficou sendo que o ouvinte é o próprio autor, o próprio Rosa.
Enfim, é uma boa montanha, um bom livro, uma boa opção para passar o tempo...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sem tempo

Várias coisas acontecendo ao mesmo tempo.
No trabalho, a situação está punk. A minha vida pessoal  também não está dando nenhum refresco. O momento é crítico.
O fato é que já estou há um bom tempo sem ver um filmezinho seguer; nada no cinema, nada em DVD. É uma doidera isso, porque sinto uma falta estúpida. E quanto mais vejo, de passagem, notícia sobre filmes que quero ver, mas fico agoniado.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Julgamento de Zé Bebelo

“Acusação, que a gente acha, é que se devia de amarrar este cujo, feito porco. O sangrante... Ou então botar atravessado no chão, a gente todos passava a cavalo por riba dele – a ver se vida sobrava, para não sobrar!” (Trecho de "Grande Sertão: Veredas")

*

Estou descobrindo a roda. E achando incrível...
Esse julgamento de Zé Bebelo, o líder de jagunços capturado vivo, que negócio tremendo.
Nesse episódio, como em outros, Guimarães Rosa vai montando pedaço por pedaço a sua trama, cria aquele suspense. E são várias as camadas, porque não se sabe exatamente como vai terminar o julgamento, não se sabe se e quando o herói Riobaldo vai se intrometer, se terá apoio, se o líder Joca Ramiro tomará uma decisão que não traga revolta, divisão do grupo.
É tensão pura em páginas que se seguem umas mais nervosas que as outras. E vamos acompanhando aquilo meio estupefacto, eu pelo menos...
Já estou com saudades de quando o livro terminar.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Dirigindo

O Departamento de Trânsito da Bahia diz que eu posso dirigir um veículo.
Estou "apto" do ponto de vista psicológico, clínico, teórico e, por fim, também do ponto de vista prático.
Não sei bem. Queira muito passar por todas essas etapas, me dediquei para isso.
Mas não sinto que sou um motorista "de cima a baixo", como diz minha mãe.
Os amigos consolam: segurança mesmo a gente só sente depois, com o tempo.
Não nego que eu curti muito todo o ritual, mas também sofri muito: fiquei ansioso muitas vezes, me achei burro, tive apagões (de simplesmente não saber o que fazer em alguns momentos), cometi um milhão de erros.
Perto da prova prática, fiquei uma noite inteira sem dormir.
Felizmente, acabou toda essa parte e começam outras coisas na minha vida.