quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Começei a ler "Lolita", de Vladimir Nabokov. Estou no comecinho, mas já gostei muito do que vi até aqui. Era um desejo antigo ler esse livro cuja história e o personagem são tão citados e influenciaram tantas outras obras.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Distrito 9

O início de "Distrito 9", do diretor estreante Neill Blomkamp, me deixou apreensivo. A princípio me incomodou aquele prólogo em forma de documentário com a câmara trêmula. Pensei que talvez não tivesse sido boa idéia ir ao cinema. Os aliens do filme são feios, nojentos e nada simpáticos. Pelo menos no começo. Aos poucos fui me acostumando àquela sujeira, a história vai tomando rumo, as coisas vão ficando claras, a narrativa se impõe. E o filme só cresce até o final. Surpresa boa. Teve gente que opinou que o filme é bom porque usa a sci-fi para tratar de um drama, recordando o apartheid. Não achei. Achei entretenimento puro. Não é um drama social. É um bom filme de ação, com idéias e um ótimo elenco de desconhecidos. Um roteiro bastante original, mesmo que abusando de referências. Foram duas horas muito bem aproveitadas. Passei a dar mais valor ao Peter Jackson que, como produtor, assumiu os riscos de um filme desses, sem estrelas no elenco, com baixo orçamento, respeitando a idéia original, sem ceder ao gosto palatável do público médio. De certa forma, é um filme asqueroso, violento, inclemente, duro. Mas nem por isso deixa de ser um ótimo programa.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Tenho que lembrar de comprar umas cervejas pretas, encorpadas, para tomar no sábado, aniversário da minha mulher. Alguém dirá que vinho vai melhor para a ocasião. Não acho. Gosto de vinho. Nem conheço tanto assim, como bem me lembrou uma vez o meu amigo da onça, Franklin. Tenho me esforçado folheando um livro ou outro e lendo as matérias que me chegam à mão sobre o assunto. O fato é que gosto muito de vinho. E gosto muito de cerveja. Claro que cada ocasião específica vai determinar a opção por uma bebida ou outra. E aí ninguém precisa brigar. O ideal é ter em casa várias opções.

Bourne

Nessas duas semanas, revi, um atrás do outro, "Identidade Bourne" e "Supremacia Bourne". São os dois primeiros filmes da trilogia de ação e espionagem que tem no centro da trama um agente desmemoriado (Matt Damon), sozinho, perseguido pela mega estrutura da agência de espionagem americana. Sabemos como são os filmes, o herói sofre, parece que será pego, mas escapa daqui e dali até alcançar e derrotar os inimigos que o querem morto. Não importa o tamanho da máquina inimiga, pouco importa que seus tentáculos se espalhem pelo mundo inteiro, que tenha agentes tão bem treinados à caça do herói, dinheiro sem limite, e estrutura e tecnologia à vontade. Não importa, porque no fim o herói vai vencer. Quanto mais verossímil é essa façanha, mas o filme interessa. Acho que boa parte do prazer de ver esses filmes é testemunhar que mesmo na desproporção entre o poder de fogo de uma estrutura gigante contra um homem sozinho, sabemos que esse homem vai sobreviver às armadilhas e impor uma derrota aos seus persguidores. É algo que dá uma sensação de equilíbrio ao mundo, de justiça. Talvez o raciocínio seja que os maus, mesmo que muito poderosos, terão o que merecem. Pelo menos na ficção.

Obs.: e que bela está a Franka Potente nesses dois filmes!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Frost/Nixon

Um bom filme esse "Frost/Nixon". Estou vendo com atraso filmes que já entraram e saíram do circuito e fizeram o barulho que tinham que fazer. Pouco importa. Meu relógio é diferente mesmo. Faz tempo que não vejo um filme de embate entre duas personalidades assim. O filme tem como forte o enfrentamento de dois homens com motivos distintos. Nixon é o presidente americano que foi obrigado a renunciar ao cargo depois do escândalo do Watergate, nos anos 70. Frost, o jornalista de variedades com reputação zero em matérias políticas. Frost quer fama e credibilidade e encontra um Nixon que aceita ser entrevistado por dinheiro (e para tentar dar a volta por cima depois que saiu da presidência humilhado). Os dois tem muito a perder caso não se saiam bem e para isso vão com tudo para essa contenda que se tornou material histórico nos Estados Unidos. O ator Frank Langella, como Nixon, é impressionante pela construção bem cuidada do personagem. Frost é vivido pelo ator Michael Sheen que já havia mostrado sua capacidade de interpretar bem personagens reais com o Tony Blair do filme "A Rainha". Os dois em cena estão ótimos. Mas há muito mais cartas na manga do diretor Ron Howard, além da dupla central: há o elenco de apoio, a montagem, o trabalho de arte, o figurino, um roteiro que traz o essencial da entrevista e dá bom espaço para a preparação e os bastidores. Tudo converge para um filme de primeira linha. E é isso que vemos.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pessoa

"O meu olhar é nítido como um girassol./ Tenho o costume de andar pelas estradas/ Olhando para a direita e para a esquerda,/ E de vez em quando olhando para trás.../ E o que vejo a cada momento/ É aquilo que nunca antes eu tinha visto" (Alberto Caeiro)

"Dá-me mais vinho, porque a vida é nada." (Fernando Pessoa)

Uma saudade incrível de Fernando Pessoa. De todos eles. Sempre lembro que comecei meu interesse por Pessoa depois que meu irmão leu para mim uns poemas sorteados de Alberto Caeiro. Depois fui atrás sozinho. Depois fiz de Pessoa a minha companhia constante. É muito importante a influência que os mais velhos exercem sobre nós. Penso bastante nisso quando lembro da minha responsabilidade educativa com minha filha pequena. Eu tinha doze anos quando meu irmão me leu aqueles versos. Eu volto a ter doze anos sempre que leio e releio Pessoa. O impacto é sempre fresco como naquela primeira vez.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Kate Beckinsale é a mais sexy do mundo segundo uma publicação dessas aí (pouco importa). Concordo. Como concordaria se fosse qualquer outra das minhas admiradas. Halle Berry, por exemplo, já foi a eleita. É mesmo linda, e rende muito em bons papéis (como comprovou em "Monster's Ball"). Tenho uma história de amor com Kate há algum tempo, desde "Ilusões perigosas", filme de 1995 sobre o qual quase não vejo as pessoas comentarem. Fiquei encantado com ela desde aquele momento. E sigo encantado.
Doidinho pra ver "Bastardos Inglórios"... e sem nenhuma vontade de ver o "Anticristo" do Lars Von Trier.

Passageiros

O filme "Passageiros", coitado, é um trabalho que nada oferece em termos de cinema ao mais miserável espectador. O diretor, Rodrigo García, é filho do genial escritor Garcia Marquez. É uma informação inútil porque, a julgar por esse longa metragem, a genialidade da família ficou com o pai. "Passageiros" te leva por um caminho óbvio, tenta dar uns dois sustos e falha, não consegue estabelecer um clima de suspense e o final "surpreendente" não surpreende ninguém. Para não dizer que não vale nada, a beleza de Anne Hathaway é a única coisa que compensa seu dinheirinho gasto. O parceiro de cena (e par romântico) de Hathaway é o ator Patrick Wilson, que em geral é bom ator, mas aqui não convence ninguém (bem melhor é vê-lo em "Watchmen", por exemplo). Para efeito de comparação perversa, qualquer filme de M. Night Shyamalan é cem vezes superior. Nem precisa ser "O sexto sentido". E saiba que dizendo isso já estou entregando o ouro em relação a "Passageiros".

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Parece que sim, que voltei a Terra. Estou mudado, sem tanto prazer em escrever. Se pudesse, passava o resto da vida viajando, conhecendo lugares e pessoas novas. Até cansar. Não dá pé. Tenho uma vida real, trabalho, rotina, obrigações... Estou entediado com as coisas de cozinha. Estou sem paciência para ver séries. Voltei a ver filmes em casa. Parei de ler há mais de um mês. Comecei "Viva o povo brasileiro", mas me deu uma preguiça terrível de João Ubaldo. Estou sem ânimo para certas coisas. Estou gostando mais de ler revistas e jornais. E de não pensar em nada.

Benjamin Button

Não me empolgou tanto "O curioso caso de Benjamin Button". Não é que seja um filme que aborreça. Dá pra ver com certo interesse. Mas ficou aquém das minhas expectativas. David Ficher é bom diretor e tal e coisa, mas achei o filme sem encanto. O que para uma fábula é um pecado. Há boa carpitaria, um certo perfeccionismo, a maquiagem é excepcional, a luz é excelente, há atuações convincentes da dupla Pitt/Blanchett, bom elenco secundário. Mas é um filme que não me capturou. Achei tudo muito frio, na verdade. O longa traz no início uma pequenina história que me interessou mais que todo o filme que veio a seguir. A história do homem que constrói um relógio cujos ponteiros andam no sentido contrário para tentar fazer o tempo voltar e, quem sabe, ter de volta seu filho que morreu na guerra. Muito bonitinho. Entendo que dentro dessa historinha está a lógica do homem que nasce velho e vai rejuvenescendo até morrer bebê nos braços da mulher amada. A idéia é original, não há dúvida. Mas o mérito maior é de Fitzgerald, autor do conto que deu origem ao filme. O filme em si é dispensável.