terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Torta de carne seca

A cozinha vai seduzindo Eloá. Ela, que já foi tão avessa à arte culinária, pouco a pouco vai se deixando enredar. Neste último fim de semana me fez comprar ingredientes para uma receita de torta de carne seca. Prato que se mostrou uma boa pedida. Da minha parte, eu fiz uma salada de feijão verde para acompanhar. Foi um almoço saboroso e refrescante. No domingo, já sem vontade de repetir o cardápio, e meio enjoado da tortinha, decidi fazer omeletes usando o mesmo recheio da torta. Outro acerto. Bom isso. Não costumamos usar carnes seca dessa forma, desfiada e temperada. Bom aprender novos caminhos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Spartacus

Apesar de ver muitos filmes, há muito tempo, mesmo assim sou um cinéfilo em começo de carreira. Há incontáveis filmes "importantes" que estão na minha lista de "a ver". Risquei mais um esse fim de semana com "Spartacus", épico de Stanley Kubrick, uma produção de 1960. Quem me conhece sabe que sou admirador de Kubrick. Entre meus filmes preferidos, o tempo passa, e continua entre eles "Laranja Mecânica", "O Iluminado" e "De Olhos Bem Fechados". Do "2001 - Uma Odisséia no Espaço" não gosto. Explicando melhor: gosto muito de toda a parte que envolve o super computador Hal 9000. Só. (Já "Lolita", adaptação que Kubrick fez da obra de Nabokov, vi no final do ano passado e ainda não sei se gostei.) Gostei de Spartacus. É um filme que trabalha dois núcleos: o do escravo que se torna gladiador e daí lenda ao formar e liderar um exército de escravos. O outro núcleo é o dos políticos em Roma. Gosto mais ainda das tramóias dos patrícios romanos que da formação do líder interpretado por Kirk Douglas. Assistia e não parava de pensar nas grandes produções de holywood. Mas isso é estranho, porque Kubrick sempre foi um diretor autoral. De certa perspectiva, é o anti-estúdio. Depois que li sobre a produção, endenti o que se deu. O filme é da produtora de Kirk Douglas (pai de Michael Douglas) e seria dirigido originalmente por Anthonhy Man. Por divergências entre diretor e produtor, Mann saiu de cena e Kubrick foi chamado com as filmagens já iniciadas. Essa troca no meio do caminho não resultou em prejuízo para o filme. Não aparentemente. Gosto especialmente de Laurence Olivier, que faz o antagonista e rival de Spartacus. E as melhores falas foram entregues ao ator Charles Laughton, que interpreta um cínico e experiente senador Gracchus. Em certo momento o senador é questionado sobre sua intenção de fazer acordo com bandidos. Ele responde que política é algo prático. "Claro que fazemos acordo com bandido, desde que ele tenha algo que queremos". É cruel dizer isso, mas: a frase resume parte do que é a política brasileira e do que é a história da humanidade. Enfim, todo grande filme de estúdio em holywood tem uma dama que torna mais doído o sofrimento do herói - e mais interessante o prazer de assistir. Aqui a mocinha é interpretada por Jean Simmons, uma coisinha mais linda.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Filmes

Nesse Carnaval, vi muitos episódios de "Moderny Family" e de "How I Met Your Mother" (ambas são comédias da melhor qualidade, eu e Eloá temos nos divertido muito). Fiz a besteira de interromper esse bom programa para tentar ver aberrações como "Bruno". Burrice minha, que não cheguei aos 40 minutos de filme. Como disse o Inácio, já tinha perdido meu dinheiro, não precisava me torturar e perder também o meu tempo. Não entendo. Detestei "Borat" e ainda assim caí na conversa mole dos comentarista de cinema. "Bruno" não é irreverente ou anárquico. É um festival de bobagem e de vontade de chocar a qualquer custo. Passo.

Compensei o tempo perdido revendo "O Corte", direção de Costa-Gavras. O filme, embora um pouco mais longo que o necessário, trata de um alto-executivo que perde o emprego na indústria de papel e não consegue se recolocar. Mostra uma Europa em dificuldade e como as pessoas se movimentam nesse contexto de crise. O personagem central tem uma idéia para voltar ao mercado. Ele decide eliminar a concorrência. E não se trata de sentido figurado. Bom filme.

Assisti "Guerra ao Terror", que concorre a nove Oscars, inlcuindo melhor filme e diretor. Não é mau filme, mas não me impressionou tanto como achei que poderia. Mas é preciso dizer que não sou bom com filmes de guerra. Não lembro de nenhum que tenha realmente mexido comigo. Este "Guerra ao Terror" é tenso, tem aquela câmera tremida dos filmes que imitam documentário, há esse suspense tremendo toda vez que a equipe anti-bomba chega em um local ameaçado. Parecem casos reunidos sobre uma equipe de trabalho, por mais incrível e mortal que seja esse trabalho. Impressiona em algumas cenas, mas dá vontade de ir ver um documentário de verdade. Como ficção, não me "pegou".

Por fim, vi o início de "G1 Joe - A Origem de Cobra". Falo que vi o início porque não tive saco para ir sequer até a metade. Perdi a paciência com filme bobo, sem história, que tem uma explosão a cada cinco minutos e um golpe de arte marcial a cada 30 segundos. Estou ficando velho.

Jogo de Espiões

O velho Robert Redford mostra que bons atores podem fazer valer um filme inteiro. É o caso de "Jogo de Espiões", produção de 2001, de Tony Scoty, onde temos, ok, um roteiro que levanta a bola e facilita a vida do veterano ator. É a história de um espião (Redford) que no dia exato em que está saindo para a aposentadoria, precisa salvar um amigo e ex-pupilo (papel de Brad Pitt), que foi preso pela polícia chinesa e condenado à execução. São 24 horas de movimento dentro do escritório da CIA, com um reloginho nos mostrando o tempo restante para que seja evitado o pior (percusor da famosa série?). Sabemos da relação entre os dois espiões e os motivos de um e outro por causa do relato feito pelo veterano (e haja flashbacks). O personagem de Redford nada tem escrito sobre o parceiro, porque está tudo em sua cabeça, "funciono à moda antiga", é o significado. A direção da CIA está pouco se lixando para o preso que será executado. Não quer problemas com a China, mesmo que tenha que sacrificar um dos seus. Todo o filme é de Redford. Pitt não está mau, corre de um lado para o outro, transmite o envolvimento do personagem, ajuda a movimentar a trama. Redford age no bastidor, é a inteligência, aquele que usa a máquina a seu favor, dá um nó nos superiores, salva o dia, tudo isso sem dar um soco ou disparar uma arma. O fato é que o velho ator faz valer cada real gasto na locação do disco.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Invictus

Sensacional o novo Eastwood, "Invictus". Minha teoria é que existem cineastas sob medida para cada pessoa. Eastwood nunca me decepciona (mesmo "Cartas de Iwo Jima"/ "A Conquista da Honra", que não me fizeram morrer de amor, me deu um punhado ou dois de gratificação). Em "Invictus", temos esse personagem de Mandela, que Morgan Freeman recria tão bem em cena. Arrisco dizer que nunca vi Freeman, que não é mau ator, nunca o vi melhor. Os jogos de rúgbi, do qual não entendo nada, aquelas cenas das equipes se espremendo, como búfalos medindo força, são tremendas. É um filme com apelo à emoção, como são muitos outros sobre esporte. Eastwood conta essa história de forma interessante, com respeito à nossa inteligência e à realidade factual. Não é uma situação pouco complicada a da África do Sul pós apartheid. O filme demonstra essas tensões. Sei que o filme não é aplaudido por todos, divide opiniões. Para mim, foram duas horas de satisfação.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

How I Met Your Mother

Como é bom descobrir coisas boas. Graças a minha amiguinha do peito, Juju, eu sou um cara que resolvi minha crise de abstinência depois do ponto final no último episódio de "Friends". Conheci algo tão instigante e engraçado quanto. A série é "How I Met Your Mother". Não duvido que a série foi feita sob medida pra o público órfão de "Friends". Embora seja outra coisa, em vários sentidos, conserva o básico: um grupo de amigos de classe média, nas variadas situações (algumas absurdas) de encontros e desencontros amorosos, tudo com uma boa dose de sarcasmo e humor. Eles também têm um ponto de encontro (não é um café, é um bar), eles também têm um terraço e, sim, eles também têm o seu Chandler Bing. Aqui se chama Barney Stinson, e é uma figura...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Coentro

Li com prazer o caderno Paladar, do Estadão, da última semana. A matéria de capa tentava entender porque o coentro divide tanto as opiniões. Uns adoram. Outros detestam. Curioso. O coentro é tão presente na cozinha baiana, que é difícil por aqui encontrar alguém do time do "eu detesto". Conheço duas pessoas que não gostam de coentro. Como que para comprovar a tese, ambas são de outros Estados, embora vivam aqui há tempo. Uma dessas pessoas é um cara gaúcho, bom de cozinha. Fiquei realmente surpreso com as palavras dele quando ouvi. Era a primeira vez que ouvia alguém desancar a erva. A outra pessoa é especialista em comer (ok, ela também se arrisca no preparo de um prato ou outro). É a minha amiga Marlla que também não é baiana, é goiana. Eu gosto de coentro, sempre em porções bem pequenas, especialmente para finalizar alguns pratos. Não tenho essa mania de enfiar coentro em tudo compulsoriamente.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Fim da Escuridão

Não tenho problema em admitir certas coisas. Que gosto de Mel Gibson, por exemplo. Ontem aproveitei um tempo livre à noite e fui assistir "Fim da Escuridão", filme protagonizado por Gibson, dirigido por Martin Campbell. Não é mau filme. É uma história policial que cresce, se complica e se revela uma grande intriga envolvendo figurões do governo americano, fabrico de bombas nucleares, terrorismo interno, assassinato, etc. Gostei de todo o clima do filme, que segura o interesse e vai desvelando a trama aos poucos. Há cenas de ação em poucos momentos e elas são muito boas. O primeiro impacto é a morte da filha do personagem de Gibson nos primeiros minutos. Esse é o fato que faz desenrolar toda a história. O policial e pai começa a investigar e, sabemos, ele não pára enquanto não descobre o que houve com sua filha. Nessa trilha encontra uma rede complicada que envolve gente poderosa, incluindo um senador da república. Campbell consegue manter o foco no policial e na sua relação com a filha. Ele precisa superar a dor pela perda e ao mesmo tempo buscar uma explicação para o que houve. No caminho, encontra um profissional misterioso (o ator Ray Winstone) que não se sabe se está ali para ajudá-lo. Um aparte: esse papel seria de Robert De Niro, que largou as filmagens no meio. As cenas entre esses dois personagens - duas ou três - são algumas das melhores do filme. Fiquei desgostoso com o final. O filme começa e se desenvolve bem, mas não termina do mesmo jeito. O final não é óbvio. Também não é bom.

Concupiscente

Mal começo a ler "Terras do Sem Fim" e sou apresentado a cenas como a de uma mulher de cabelos dourados que é apertada nas nádegas por um homem desconhecido que quer conferir nela "a dureza das carnes". Mais um pouco, uma outra resolve se "abrir como uma flor" para o namorado. Metáfora clara para perda da virgindade. Essa tem medo que o cara não volte de uma viagem a Ilhéus e já que vai fazer isso com alguém mesmo... ok. Estamos no terreno concupiscente de Jorge Amado, não há dúvida. E olha que ainda estou nas primeiras trinta páginas. A leitura promete.

Terras do Sem Fim

Começo as primeiras linhas de "Terras do Sem Fim" de Jorge Amado. Não tinha simpatia por ele (Jorge) no início da minha vida de leitor. As coisas mudaram depois que li "Capitães de Areia". Seguiu-se "Jubiabá", "Mar Morto", "Tieta do Agreste" e, mais recentemente, "Cacau". Não tenho mais nenhum problema com Jorge Amado. Ao contrário, quero retomar a leitura de sua obra, ler as coisas que ainda não li. Pelo que já vi de "Terras do Sem Fim", é uma boa retomada.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Nenhum filme visto este fim de semana, que foi devidamente entregue à esbórnia. Sexta foi o aniversário de Fábio. No sábado fiquei em casa, mas o domingo foi dedicado ao "Forró do Molenga", evento anual no condomínio Horácio Costa, em Brotas. Também não vi nenhuma das séries que acompanho (não conta dois episódios de The Office que vi meio bêbado e não lembro de quase nada). A boa notícia é que, para o próximo fim de semana, me aguarda o DVD de Spartacus, o clássico de Kubrick. O filme traz Laurence Olivier e Kirk Douglas no elenco.

Ensopado

Aos poucos vou fazendo as pazes com a culinária. Este final de semana, cozinhei bastante. Praticamente o sábado inteiro de avental. E olha que na sexta entrei pela madrugada enchendo a cara no animado aniversário do meu amigo Fábio. Acordei sábado morto. Mas ainda assim segui o que me agendei pra fazer. Com a receita pescada de uma amiga, fui de frango ensopado com polenta. O frango ficou bom, mesmo usando apenas cebola, salsa, azeite, pimenta e sal. O negócio é temperar o frango (usei coxas) com o sal e a pimenta do reino. Depois que tomar gosto, dourar bastante no azeite. Em seguida, refoguei uma cebola grande ralada, acrescentei a salsa, e só então trouxe o frango dourado e água. Eloá não come frango. Fiz pra ela um ensopado de carne tradicional, daqueles com abóbora e quiabo. Ela também não se empolgou com a polenta. Mas sei o motivo, como usei caldo de galinha na preparação, deu aquele gostinho de frango que não agrada a quem foge da ave. Eu e minha filha comemos, repetimos, só faltou lamber os dedos.