segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sono

Não entendo esse negócio de sono. Sei que sou um bom menino nesse quesito, porque deito e levanto cedo, me esforço para conseguir as oito horas mínimas de repouso, evito cafeína depois das 18h. Mas não adianta. Esse negócio de sono é uma m... mesmo. Preciso descobri o que se passa, porque embora me empenhe bravamente continuo a acordar no meio da noite, passo o dia meio zumbi, não consigo aquele sono dos justos - o que é uma sacanagem. Meus pais acordam às quatro horas da manhã. Dormem como bebês, no meio da tarde, no meio da novela, e tem muita disposição para a idade deles. Eu tenho acumulado queixas nesse departamento. Nas férias, fica tudo bem. Quando o sono não ajuda, levanto e vou pra internet ou pra TV. Em dias normais não dá. Tenho que ficar lá bonitinho para não piorar as coisas. Meu recurso é contar carneirinho. E imaginar a Mariana Ximenes pelada...

domingo, 20 de junho de 2010

Toy Story

Me diverti muito com "Toy Story 3". Fui ao cinema na estréia com Eloá e a pequenina. Voltei a ser criança. As cenas mais legais não são aquelas que mostram estripulias em efeitos digitais - nem mesmo a abertura pomposa e espetacular. As cenas que mais me capturaram foram as mais simples, intimistas, sentimentais. O final me arremessou direto aos, sei lá, seis ou sete anos. Não faltou vontade de chorar.

sábado, 19 de junho de 2010

Nota 6

Ok, me rendo. Vi os dois últimos episódios de “Fringe” e admito. Foram muito bons - o último episódio, então, dá aflição para a gente ver logo o que vai acontecer na terceira temporada. O conflito entre os dois universos está claro e estabelecido. Tomamos pé do conflito, sabemos mais ou menos porque as coisas aconteceram da forma como aconteceram. Muito legal isso. Mas volto à minha queixa: por que a série não continua nesse caminho? O episódio final foi eletrizante, subiu cem vezes o nível. Porque tantos duzentos episódios isolados com casos isolados que começam e morrem ali, sem conexão com o drama principal. Pelo menos foi assim que se desenrolou a história na primeira e na segunda temporada. Poxa, os caras tem uma boa história na mão, “Fringe” tem material para ser muito melhor do que é. Às vezes é difícil acompanhar. Se tivesse que dar nota, daria um 9,0 para o episódio final dessa segunda temporada. E nota 6,0 para a série em geral.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Voto

As pessoas estão falando bastante nos jogos do mundial de futebol. Mas também muito se fala nas eleições que se aproximam. Depois de 11 de julho, fim da copa, a eleição vai ganhar o primeiro plano do noticiário e dos comentários de bar. Que coisa engraçada, a minha filha pequena, oito anos, me disse ontem que vai votar em Marina Silva. É claro que com essa idade ela não vota em ninguém, mas em toda eleição tem a sua preferência e a manifesta. Marina Silva é aquela candidata que tem a simpatia de uma parte de artistas e intelectuais (Gilberto Gil, Fernando Meireles já manifestaram apoio. Diferente de Rita Lee que disse que ela tem cara de quem está com fome.). Uma amiga me perguntou em quem eu pretendo votar. Ainda não tenho resposta para essa pergunta, mas a despeito da divisão ideológica que possa promover em casa, espero mesmo que não seja na Marina. Quando fui questionado, pensei na eleição em geral. Nem me detive num candidato. Acho que é porque a angústia é a mesma, quer essa amiga tenha se referido ao pleito estadual, quer tenha questionado sobre a disputa nacional. Eu nunca estive com tanta vontade de votar nulo. Por princípio, não vou anular o meu voto (nunca o fiz). O que torna a minha decisão ainda mais difícil. As opções são tristemente (aborrecidamente?) semelhantes. A pobreza, a falta de opções diferenciadas, é um sintoma ruim para o eleitor. Tenho a sensação de que, qualquer que seja a minha escolha, estarei me sabotando.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Somewhere

Vem aí mais um filme da Sofia Coppola, "Somewhere". A filha do diretor de "O Poderoso Chefão" é uma das minhas autoras favoritas. Gosto muito dos seus filmes, todos bem intimistas, centrados em um ou dois personagens, um negócio pequenino, confessional, um clima entre o doce e o amargo (mas sempre interessante). Sei que tem gente que torce o nariz, especialmente pela sua última obra, "Maria Antonieta". Eu gosto de tudo em Sofia Coppola. Até sua participação tão criticada no filme do pai, a terceira parte do chefão, acho ótima. Não que precise, mas ela tem e terá em mim um defensor enquanto fizer coisas como as que vem fazendo. Vou contar os dias para a estréia de "Somewhere".

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Fringe

Não sei, não sei. As pessoas têm falado maravilhas de "Fringe", a série de J.J.Abrams. Estou chegando ao final dessa segunda temporada, mas não me convenci de que a série é algo especial. Gostei do começo e do final da primeira temporada. Também gostei de como eles mantiveram o ritmo e a intensidade no início da season two. O problema é esse. Até chegar ao que realmente interessa, "Fringe" é aquela série que enrola demais. Cada dia é um caso, não necessariamente ligado com a trama principal. Não gosto de série assim. Não gosto de ser enrolado, e é essa sensação que tenho. As pessoas parecem adorar o doido do doutor Bishop. Não estou nesse time. Tenho simpatia por uma ou outra coisa dele, nada demais. Me ligo de verdade quando a história avança. Aquela coisa dos universos paralelos me interessa muito. A agente Olivia é outro atrativo, é bela, meio macho, é sexy, boa de ver em cena. Não digo que morro de amores em cada episódio. Alguns são bem chatinhos. Vamos ver se minha opinião muda depois de ver os três ou quatro episódios que faltam. Acho difícil, mas...

Los abrazos rotos

Minhas férias se aproximam, vou poder ver os bons filmes que perdi nos últimos tempos. Uma das minhas dores era não ter visto, logo que saiu, "Abraços partidos" ("Los abrazos rotos"), último Pedro Almodòvar. Estava com muita saudade do cinema de Almodòvar. De todos os seus filmes que vi (e vi muitos), só não me empolguei com "Má educação". Gosto demais desse universo do cineasta espanhol, incluindo os da época jurássica como "Maus hábitos" e "Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón". O primeiro filme que lembro ter visto dele - e que me atingiu como um raio - foi "A Flor do Meu Segredo". (Até hoje digo que esse é o meu filme preferido dele, mas preciso rever isso.)

Abraços partidos é um drama. Mistura tanta coisa, é uma história dentro da história, envolve passado e presente, idas e vindas. Um filme dentro do filme. Histórias que se cruzam. É um negócio complicado de contar, mas visto na tela, corre simples, flui, dá para entender tudo. É o dedo do autor que permite isso, claro. Há um certo jogo de espelhos interessante, e uma história de amor que costura tudo. O filme começa com esse cineasta e escritor que ficou cego e assumiu a identidade de um pseudônimo, criado por ele para assinar seus trabalhos. A história avança, sabemos mais, que ele se apaixonou por uma atriz casada com um cara rico que morre de ciúmes da mulher. Essa atriz é a Penélope Cruz (linda como sempre). Veremos que o marido é obcecado pela esposa a ponto de preferir ela morta a ter que ficar sem ela. E justamente a personagem de Penelópe apaixona-se e começa um caso com o cineasta. O início desse triângulo anuncia um tragédia que virá.

Há cenas belas, criativas, fortes nesse filme. Há uma coleção de ótimas cenas. A da leitura de lábios é uma das minhas favoritas, especialmente quando a personagem de Penélope Cruz dubla a si mesma diante de uma imagem que está sendo mostrada em vídeo. É a referência da referência, o filme do filme do filme. Me lembra uma caixa dentro de outra, de outra e por aí vai. O cineasta abraçando a imagem de si mesmo dando o último beijo na amada é lírica. O final do filme é outro grande achado. Almodóvar mostra um bom pedaço do filme dentro do filme, com um diálogo engraçado e lascivo (e que retoma bastante o próprio Almodòvar). Eu sei que nem todo mundo gostou desse "Abraços Partidos". Eu adorei. Pra mim, foi diversão do começo ao fim.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Berro impresso

Errada dez vezes a minha amiga Marlla. Como não sou conhecido pela paixão pelo futebol, ela achou que eu não me importaria com um livro de crônica esportiva escrito por Nelson Rodrigues. O livro chama-se "O Berro Impresso das Manchetes", com crônicas escritas entre 1955 e 1959 para a Manchete Esportiva. Imagina se esses grandes escritores são menos geniais em qualquer coisa que escrevam. Nelson sempre esteve nessa categoria. Gosto dele sempre e agora também direi por aí que gosto dele igualmente na crônica de esporte. E por que não gostaria? (é outra coisa, mas do mesmo jeito estou me divertindo com os textinhos sobre a copa da África do Sul escritas diariamente pelo Veríssimo no Estadão). Nelson é incrível. Comecei a ler as primeiras páginas e o prazer foi imediato. Algumas frases dele:

Em 1911 ninguém bebia nem um copo d'água sem paixão.

Se entra um gol adversário, ele (o torcedor rubro-negro) se crispa, ele arqueja, ele vidra os olhos, ele agoniza, ele sangra como um César apunhalado.

O tempo é uma convenção que não existe nem para o craque, nem para a mulher bonita. Existe para o perna-de-pau e para o bucho.

Em 1920 nenhum sanduíche poderia aparecer, num reservado de imprensa, sem perigo de vida. Era acometido por todos os lados, sumariamente.

*

Como não gostar de Nelson Rodrigues? Sua crônica sobre o juíz que foge vergonhosamente depois de uma tapa estalado no rosto é uma pequena jóia. É um pequeno tratado sobre a covardia de todos nós. E sobre a hipocrisia de todos nós. Esse "O Berro..." é um livro grande, volumoso. Vem muita coisa boa por aí.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Life Unexpected

Tenho uma filha pequena. Sou separado da mãe dela. E vivemos assim muitas situações que envolvem decisão sobre isto ou aquilo para a pequenina. Muitas vezes dá confusão. Muitas vezes dá entendimento. Corta. Sei que nada tem a ver, mas lembrei disso assistindo ao piloto de "Life Unexpected". É um drama familiar adocicado sobre uma garota de 15 anos que decide se emancipar depois de passar por várias famílias adotivas. Encontra os pais que vivem distantes, cada qual em sua vida, e esse encontro é o início da série. No final do piloto, já estão todos em volta de uma mesa comemorando o décimo sexto aniversário da menina. Contada assim, a historia parece bem boboba. Mas a verdade é que é interessante, nada demais, mas também não aborrece. A trilha, os diálogos, o ritmo, tudo funciona para parecer moderninho, descolado, jovem. E é. A menina chama-se Lux (feita pela atriz Britt Robertson). É uma lindeza e funciona muito bem em cena. Concordo com quem disse que é bastante inverossímel uma criança passar o que ela passou e ser tão engraçadinha e compreensiva. Mas não me incomoda tanto isso. Provavelmente, não vou seguir vendo a série. Depois do alto nível que acostumei com "Modern Family", nenhuma série família meia boca me satisfaz. Mas a menininha Lux vale mesmo a pena. Por ela posso, no futuro, jogar o olho num ou noutro episódio sorteado.

Mariana

Gosto muito do Silvio de Abreu, mas não estou assistindo sua novela. Pego um pedaço aqui, outro acolá. Imagino que seja boa, do que vi não há muito o que reclamar. O novelão com vilões, golpes e grandes mistérios em família está de volta depois do rame-rame do Manoel Carlos. É aquele mais do mesmo que vale porque é caprichado e não trata o telespectador como anta (viu, João Emanuel Carneiro?). Mais de tudo o que vi, a melhor coisa da novela do Silvio é a Mariana Ximenes de malvadinha, com pouca roupa e beeem desinibida.