
Abraços partidos é um drama. Mistura tanta coisa, é uma história dentro da história, envolve passado e presente, idas e vindas. Um filme dentro do filme. Histórias que se cruzam. É um negócio complicado de contar, mas visto na tela, corre simples, flui, dá para entender tudo. É o dedo do autor que permite isso, claro. Há um certo jogo de espelhos interessante, e uma história de amor que costura tudo. O filme começa com esse cineasta e escritor que ficou cego e assumiu a identidade de um pseudônimo, criado por ele para assinar seus trabalhos. A história avança, sabemos mais, que ele se apaixonou por uma atriz casada com um cara rico que morre de ciúmes da mulher. Essa atriz é a Penélope Cruz (linda como sempre). Veremos que o marido é obcecado pela esposa a ponto de preferir ela morta a ter que ficar sem ela. E justamente a personagem de Penelópe apaixona-se e começa um caso com o cineasta. O início desse triângulo anuncia um tragédia que virá.
Há cenas belas, criativas, fortes nesse filme. Há uma coleção de ótimas cenas. A da leitura de lábios é uma das minhas favoritas, especialmente quando a personagem de Penélope Cruz dubla a si mesma diante de uma imagem que está sendo mostrada em vídeo. É a referência da referência, o filme do filme do filme. Me lembra uma caixa dentro de outra, de outra e por aí vai. O cineasta abraçando a imagem de si mesmo dando o último beijo na amada é lírica. O final do filme é outro grande achado. Almodóvar mostra um bom pedaço do filme dentro do filme, com um diálogo engraçado e lascivo (e que retoma bastante o próprio Almodòvar). Eu sei que nem todo mundo gostou desse "Abraços Partidos". Eu adorei. Pra mim, foi diversão do começo ao fim.
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