segunda-feira, 14 de junho de 2010

Los abrazos rotos

Minhas férias se aproximam, vou poder ver os bons filmes que perdi nos últimos tempos. Uma das minhas dores era não ter visto, logo que saiu, "Abraços partidos" ("Los abrazos rotos"), último Pedro Almodòvar. Estava com muita saudade do cinema de Almodòvar. De todos os seus filmes que vi (e vi muitos), só não me empolguei com "Má educação". Gosto demais desse universo do cineasta espanhol, incluindo os da época jurássica como "Maus hábitos" e "Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón". O primeiro filme que lembro ter visto dele - e que me atingiu como um raio - foi "A Flor do Meu Segredo". (Até hoje digo que esse é o meu filme preferido dele, mas preciso rever isso.)

Abraços partidos é um drama. Mistura tanta coisa, é uma história dentro da história, envolve passado e presente, idas e vindas. Um filme dentro do filme. Histórias que se cruzam. É um negócio complicado de contar, mas visto na tela, corre simples, flui, dá para entender tudo. É o dedo do autor que permite isso, claro. Há um certo jogo de espelhos interessante, e uma história de amor que costura tudo. O filme começa com esse cineasta e escritor que ficou cego e assumiu a identidade de um pseudônimo, criado por ele para assinar seus trabalhos. A história avança, sabemos mais, que ele se apaixonou por uma atriz casada com um cara rico que morre de ciúmes da mulher. Essa atriz é a Penélope Cruz (linda como sempre). Veremos que o marido é obcecado pela esposa a ponto de preferir ela morta a ter que ficar sem ela. E justamente a personagem de Penelópe apaixona-se e começa um caso com o cineasta. O início desse triângulo anuncia um tragédia que virá.

Há cenas belas, criativas, fortes nesse filme. Há uma coleção de ótimas cenas. A da leitura de lábios é uma das minhas favoritas, especialmente quando a personagem de Penélope Cruz dubla a si mesma diante de uma imagem que está sendo mostrada em vídeo. É a referência da referência, o filme do filme do filme. Me lembra uma caixa dentro de outra, de outra e por aí vai. O cineasta abraçando a imagem de si mesmo dando o último beijo na amada é lírica. O final do filme é outro grande achado. Almodóvar mostra um bom pedaço do filme dentro do filme, com um diálogo engraçado e lascivo (e que retoma bastante o próprio Almodòvar). Eu sei que nem todo mundo gostou desse "Abraços Partidos". Eu adorei. Pra mim, foi diversão do começo ao fim.

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