terça-feira, 31 de março de 2009

Notas sobre livros

I

Li com muito prazer "Cem quilos de ouro", publicação de reportagens especiais de Fernando Morais em livro. O material começa muito bem, com a história do seqüestro de um empresário baiano, e termina melhor ainda, com um perfil do juiz espanhol que mandou prender o ex-ditador do Chile, Augusto Pinochet, em Londres. Há coisas muito boas, preciosas, como os dois perfis do ex-presidente Fernando Collor; um perfil dele no auge do poder, outro retratando seus dias afastado do cargo. Gostei muito também da reprodução da prosa de Otto Lara Resende, Rubem Braga e Moacir Werneck de Castro sobre o personagem Assis Chateaubriand, que viria a ser biografado por Morais em outro livro. Há pelo menos um texto totalmente dispensável, que trata do magnata americano William Randolph Hearst, que inspirou o filme Cidadão Kane, de Orson Welles. Eu também cortaria sem pena uma matéria desinteressante (pra não dizer sonífera) sobre a República Árabe Saarauí Democrática. Feita a ressalva, no geral, uma boa leitura.

II

Enfim, estou conseguindo manter o bom ritmo. São quase quatro livros em três meses (contando com "O Anjo Pornográfico", que me pegou de dezembro para janeiro). Ainda mal começou abril e já iniciei a leitura de Joaquim Ferreira dos Santos, com"Feliz 1958 - O ano que não devia terminar". A apresentação da obra é ruim, com aquela citação sem fim de acontecimentos do ano de 58. O autor quer ser engraçado e acaba sendo excessivo, com suas mil piadinhas, metáforas e trocadilhos com expressões e personagens da época. Felizmente, o livro melhora bastante a partir do primeiro capítulo, que centra em acontecimentos envolvendo a construção da capital federal e lances da seleção brasileira que começa a deixar de lado a síndrome de vira-lata (para usar expressão de Nelson Rodrigues). Já havia lido - e gostado bastante de - outro livro de Joaquim Ferreira dos Santos, uma biografia de Antônio Maria, o locutor de rádio, compositor popular e homem de imprensa. Apesar da apresentação, estou querendo crer que "Feliz 1958..." fará valer o tempo gasto com ele.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Aí fiquei com essa vontade de ver "Batismo de Sangue", adaptação em cinema para o livro de frei Beto. E lendo a entrevista de Pedro Almodóvar no Estadão de domingo, ele falando do novo filme prestes a estrear, fiquei cheio de vontade de rever seus filmes, todos. Sempre tão pouco tempo e tanta coisa para ver, para conhecer. Principalmente quando se tem a vida real para dar conta, de trabalho, filho, mulher, coisas de casa...

domingo, 22 de março de 2009

Controle Absoluto

Sou mesmo um cara corajoso. Para assistir até o fim o filme "Controle Absoluto", dirigido por D. J. Caruso (quem?), é preciso muita paciência. Não gosto nem um pouco do Shia Labeouf, o herói da história. O que me motivou a ver o filme foi a presença no elenco da interessantíssima Michelle Monaghan. O filme de Caruso copia, de maneira sem vergonha, um monte de outros filmes conhecidos ("Matrix", "Inimigo do Estado", "Duro de Matar 4.0", "2001...", a lista é interminável) para fazer um triller de ação meia-boca, uma bobagem imensa, que envolve segurança nacional americana e ciberterrorismo. Duas horas inteiras jogadas na lata do lixo.

Blindness

Acabei de ver e gostei de muitas coisas no filme "Blindness", de Fernando Meireles, baseado no livro "Ensaio sobre a cegueira" de Saramago. As soluções de imagem de Meireles em geral são bem criativas e em alguns momentos, geniais. O uso de filtro branco para simular a cegueira gera algumas cenas poéticas, bonitas, sofisticadas. Alguns atores estão especialmente bem em cena, Julianne Moore, Mark Ruffalo e Alice Braga são os melhores. É um filme de autor sim. Um filme com muitas qualidades técnicas, uma fotografia soberba, uma trilha sonora deliciosa. Mas concordo quando se fala que é um filme frio. Bem realizado, mas não toca o coração. E pareceu muito mais longo, o que denuncia um problema de ritmo.

sábado, 21 de março de 2009

O Quatrilho

Com atraso de 14 anos peguei pra ver "O Quatrilho", filme de Fábio Barreto, muito comentado à época por causa de sua indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Assisti com muita satisfação a história passada no Sul do país, muito bom ver alguns atores que não estamos mais acostumados, como o grande e saudoso Gianfrancesco Guarnieri. No filme, uma história bem interessante de dois casais de imigrantes no sul do país, com Patrícia Pilar e Glória Pires nos papéis principais. Em certo momento, o personagem de Pilar, apaixonado pelo marido da outra, foge com ele. Glória Pires é obrigada a refazer a vida e acaba por se envolver com o homem que fora abandonado. É a reprodução na vida real do jogo de troca de parceiros referido no título, o quatrilho. Patrícia Pilar é boa atriz e está bem diferente do papel recente que fez na TV. Mas Glória Pires domina o filme e embora seu personagem só cresça na segunda metade, é o suficiente para ser impossível passar pelo filme sem se sentir afetado pela sua atuação.

Comida baiana

Continuo firme no meu propósito de fazer os pratos baianos para a semana santa. Hoje fiz pela primeira vez um vatapá, com pão, leite de coco, azeite de dendê, amendoim, castanha, gengibre e camarão. Minha irmã faz o melhor vatapá que já comi na vida. O meu não saiu de tão alto nível quanto o dela, mas ainda assim delicioso. Para acompanhar, fiz arroz branco (claro!) e uma moqueca de ovos com camarão (inventada na hora), com coisas catadas na geladeira: carne seca, linguiça e batata. A moqueca, com acompanhamento do arroz e vatapá, caiu muito bem. Estou gostando de poder registrar as peripécias na cozinha com uma kodak que Eloá me fez comprar e que, agora vejo, foi uma ótima aquisição.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Budapeste

A propósito, vi ontem o trailer do novo filme do Walter Carvalho, "Budapeste", baseado no romance de Chico Buarque. Walter Carvalho tem um currículo imenso, é o ótimo diretor de fotografia de filmes bem conhecidos ("Carandiru", "O Céu de Suely", "Abril Despedaçado"). Adorei o que vi de Budapeste, embora a gente saiba que trailer engana muito. O protagonista é o Leonardo Medeiros, que é o bom ator que todo mundo sabe. Fiquei até com vontade de ter gostado do livro.

Quem quer ser um milionário?

Não entendi bem as palavras exaltadas vistas em tantos veículos para falar mal de "Quem quer ser um milionário?", filme de Danny Boyle (mesmo diretor de "Trainspotting" e "A Praia"). Também houve os defensores, claro, e não poucos. Todos eles muitos seduzidos pelo longa-metragem que se passa na Índia, especificamente centrado num trio de protagonistas que cresce na miséria e têm destinos diferentes. Fui assistir ontem e estou mais para o grupo que se viu seduzido pelo filme de Boyle. Fui para o cinema bem desconfiado e no princípio não relaxei. Pelo que li antes, acabei indo armado, achando que não ia gostar. Mas, pouco a pouco, o filme foi me desarmando e fui me envolvendo na história desse rapaz que participa do show do milhão indiano e vai até o fim, respondendo todas as perguntas, um fato inédito na história do programa. E mais incrível ainda por se tratar de um rapaz saído da favela, que trabalha num call center servindo chá. Ele - Jamal - mobiliza todo o país e cria uma torcida de milhões de pessoas.

O motor e o motivo de tudo é uma história de amor, que é bem feitinha, crível e compensadora como costumam ser os contos de fada. O filme dá um show na sua montagem, que permite contar as várias histórias dentro da história, com ritmo, com graça e interesse. No começo parece que vão encher o saco as idas e vindas no passado, sempre que no jogo é feita uma pergunta. O filme é o jogo, mas isso não prejudica a narrativa, antes ajuda a dar ritmo e marca uma diferença na maneira de contar. Me irritei inicialmente com o que me pareceu uma forçada de barra de Boyle para transformar todas as cenas em vídeo clip, com uma trilha animadinha. Com algum tempo de filme, já não me incomodava com isso e me deixava levar pela ficção. O filme é um drama romântico, que não alivia em cenas violentas e asquerosas. O país miserável é mostrado com toda a sua feiúra. A cena final, dos créditos, com aquele musical, é graciosa e mais que bem-vinda depois de tanto sofrimento do par romântico. Um bom filme, lindamente filmado. Preciso ver de novo para saber se não exagero.

terça-feira, 17 de março de 2009

Trovão Tropical

Não sei se gostei de "Trovão Tropical", a comédia de Ben Stiller que parodia o cinema de guerra e os bastidores de Hollywood. O elenco é bom (o próprio Stiller, Jack Black, Robert Downey Jr., Matthew McConaughhey, Tom Cruise, Nick Nolte) e há algumas cenas bem divertidas, gosto especialmente do Robert Downey Jr. e de Jack Black. Mas no todo, não me amarrei tanto. É curioso ver o Tom Cruise no papel do executivo escroto, todo poderoso, barrigudo e careca. O filme é politicamente incorreto, sujo, nojento. Dá pra rir em muitas cenas, mas não é um grande filme. Todos ali já fizeram coisa muito melhor.

Obrigatório

Notícias do Planalto, que acabo de emprestar a minha amiga Najara, é um grande livro. Não estou falando apenas da sua extensão, de suas mais de 700 páginas. Estou falando da qualidade de seu texto e da abrangência de suas informações. É um livro rico, detalhado, extremamente bem escrito sobre um período recente e terrível da história do Brasil. Mário Sérgio Conti, o autor, ganhou todo o meu respeito tratando com um talento tremendo a nefasta era Collor a partir da imprensa, das relações de poder, dos conflitos de bastidor. Aqui estão, de certa forma esquadrinhados, os veículos de comunicação da grande imprensa, o quarto poder brasileiro. É um painel detalhado do funcionamento desses veículos naquilo que há de intersecção com o poder. Ninguém acredita, mas li o livro duas vezes, a segunda imediatamente depois de ter terminado a primeira leitura. Adorei o texto de Conti, acho o cara um talento e desde então fico atento a tudo que ele escreve. Sei que seu livro não é uma unanimidade, muita gente acha que ele fez um livro para reescrever a história e livrar a cara dos patrões, suavizar a forte participação dos donos de veículos na ascenção de Fernando Collor. Porém, todavia, nada me tira da cabeça que se trata de um tesouro, um livro obrigatório.

domingo, 15 de março de 2009

Elefante

Não sei porque ainda dou bola para o cinema de Gus Van Sant. Minha intuição falava que "Elefante" era uma perda de tempo. A história que foca no tiroteio trágico numa escola americana foi tema de um premiado documentário de Michael Moore, "Tiros em Columbine". Não gosto do blablablá panfletário do Moore, mas "Tiros em Columbine" é um trabalho cheio de méritos. "Elefante" é um pé no saco. Os 81 minutos mais longos que já passei diante de um filme.

Caruru

Hoje me convenci de que sei fazer caruru. A receita que fazia antes trazia os ingredientes básicos: quiabo, camarão, azeite, gengibre, cebola, amendoim, castanha e sal. Fica uma delícia, Eloá mesmo adora. Mas gostei mais depois que inclui tomates, cebolinha e pimenta à receita que fiz hoje. A primeira mudança para melhor: a cor é mais escura, avermelhada e apetitosa. A cor também deve algo ao amendoim que foi incluído com casca e tudo. Segunda mudança: os tomates e o cheiro verde fazem a diferença no sabor, e como fazem.

Procuro não descaracterizar os pratos, pelo menos enquanto estou aprendendo. Depois que estou seguro posso fazer um improviso ou outro. Foi esse o caso. Um livro sobre culinária baiana do Senac ("A cozinha baiana no restaurante Senac do Pelourinho", de 1990) ensina a receita sem tomate e cebolinha. Já vi gente dizer que "não tem nada a ver" acrescentar tomate ao caruru. Esse pessoal é mais purista. Descobri que sou um impuro. As fotos que ilustram este post eu fiz agora a pouco. A mão que balança a colher é de Eloá. Agora, peço sua licença. Vou fazer uma boquinha.

O diabo a quatro

É engraçado como a gente se mete em bobagem por causa de uma bela mulher. Aconteceu comigo. Fui atrás de "O diabo a quatro", filme nacional, primeiro dirigido por Alice de Andrade. A bela mulher que me atraiu para a roubada atende pelo nome de Maria Flor, que integra o elenco. Para mim, além de bela, Maria Flor é ótima atriz que apesar do rostinho jovem, já tem bastante coisa no currículo em cinema e TV. Ela é a protagonista de "Aline", adaptação dos quadrinhos de Adão Iturrusgarai para a TV - um ótimo trabalho, voltado para o público teen, feito com graça, com engenho e inteligência. Em "O diabo a quatro", apesar de Maria Flor ser mesmo a melhor coisa do filme, tem que ter muita boa vontade para aguentar diálogos tão ruins, uma história tão imbecil, as situações mais improváveis e o Marcelo Farias de protagonista e mocinho (argh!). O longa metragem só não entra na categoria "quero meu dinheiro de volta", porque abusa de cenas da Maria Flor com pouca roupa. É o único mérito do filme.

sábado, 14 de março de 2009

Madrugada dos Mortos

Para o meu gosto suspeito (gosto de terror B), "Madrugada dos Mortos" é interessante, apesar dos (não poucos) defeitos. Fui atrás do filme depois de ver "Watchmen" do mesmo diretor, Zack Snyder. O início de "Madrugada dos Mortos", os primeiros, sei lá, vinte minutos, é excelente: sombrio, tem impacto, não perde tempo. Bem diferente do restante do filme, que perde o ritmo e não consegue se decidir por quem é o herói da trama. Sem falar na mania de querer dar um susto a cada cinco minutos. Gosto de filme do tipo claustrofóbico. Nesse, o diretor aproveita bem (poderia aproveitar melhor) os personagens presos num shopping center, enquanto lá fora há milhares de zumbis doidos por carne humana. Não me aborreci tanto até o final, apesar de entender o fato de Eloá ter achado o filme ruim. Penso que tem filmes que se valem não pelo todo, mas por partes. Esse começa tão bem, que merece alguma consideração. “Madrugada dos Mortos” é uma refilmagem. O original tem a direção do cultuado George Romero, e dizem que é muito bom. Está na lista.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Fernando Morais

Depois da ficção, volto à reportagem e a Fernando Morais. Comecei a ler seu livro "Cem quilos de ouro (e outras histórias de um repórter)", de 2003. O livro reúne reportagens publicadas na grande imprensa, todas precedidas de um certo "making of", explicando os bastidores e o contexto em que as matérias foram feitas. Começa quente: o sequestro do empresário Guilherme Affonso Ferreira, na Bahia, em 88. O valor do resgate dá nome à reportagem e ao livro: cem quilos de ouro.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Mais sobre "Asfalto..."

Não resisto e continuo um pouco mais no tema do post abaixo. Demorei um pouco com o livro "Asfalto Selvagem", de Nelson Rodrigues, porque tenho cá meus hábitos. Lia pedaços à noitinha, antes de dormir, e de manhã, antes do trabalho. Esses dias vinha dormindo mais tarde, hipnotizado pelos últimos lances da história.

Cada capítulo traz uma dinâmica, com pontos de tensão que vem e vão, e sempre, sempre termina com um gancho para a edição seguinte que vira a cabeça do leitor. Isso porque a conclusão é sempre em cima de um fato importante, crucial. Não se está falando de nenhuma novidade, óbvio. Essa é a essência do folhetim, da literatura publicada em jornal e que tem exemplos antecedentes fortes.

Não é o caso de tratar disso aqui. O que chama a atenção é que uma vez que o romance tem essa fragmentação, vira campo para Nelson fazer o diabo com seu texto e ele acaba tendo características de crônica política e policial, crítica/alusão à personalidades bem conhecidas (quantas vezes é citado o Otto Lara Resende?) e até crítica literária. Sabemos que Nelson não é flor que se cheire. Ele usa em "Asfalto..." sua munição, seu sarcasmo, seu veneno contra várias personalidades bem atuantes do Brasil à época em que o romance foi escrito. Sobra tiro até para o "gênio" Guimarães Rosa.

Há no romance um estudo de casos, com descrição de personagens com uma riqueza, com um detalhismo das reações, dos sentimentos, que é difícil ver por aí. O livro faz um desenho tão bem acabado dos personagens, visto com crueza, revirados nos seus pensamentos mais íntimos.

O juiz Odorico, cuja presença costura as duas etapas do romance, é um exemplo. O juiz é um dos perfis mais explorados da narração, com ele Nelson dá um banho de construção de personagem, pela complexidade, pela sutileza, pelo histrionismo.

Por outro lado, eu achei estranho que alguns personagens não tenham função nenhuma, zero, nos acontecimentos. Por exemplo, Engraçadinha tem três filhas e um filho homem. Duas das filhas (Arlete e Guida), do começo ao fim, não tem a menor importância para a trama. Não é estranho? Com o filho Durval e a filha mais nova, Silene, são outros quinhentos.

Dentro da ficção de "Asfalto...", os personagens também estão ali para que se fale da vida real. Os tipos servem de mote para que Nelson fale de uma série de situações, desde uso de cargo público em benefício próprio, troca de favores, extorsão, abuso de poder. Ele cita a igreja, políticos, polícia, família, tudo é alvo do olhar cru do escritor. É sobre esse pano de fundo, da realidade brasileira, que se dá todo o drama.

*

Depois de ler o livro "Asfalto Selvagem", repeti uma mania (um ritual?) que aprendi com meu irmão, que é reler as primeiras páginas ou o primeiro capítulo. Isso é bacana, porque a gente vê com outros olhos aquelas primeiras linhas, tudo passa a ter um sentido novo, diferente, maior. Nisso, não é que quase releio o livro todo de novo? Não dá, tem muita coisa que quero e preciso ler. E o tempo é curto.

Asfalto Selvagem

Terminei de ler o livro "Asfalto Selvagem", de Nelson Rodrigues. Sabemos que o agora romance nasceu em capítulos, publicado gota a gota diariamente no jornal "A Última Hora", entre 1959 e 1960. Isso explica bastante o porque de uma narrativa tão lassa, tão quebrada. A saga de Engraçadinha é fascinante. Nelson mostra um fôlego ininterrupto em mais de cinco centenas de páginas, numa leitura que pode ser atemporal. Pois é, esqueça uma citação ou outra de personagens datados como Juscelino Kubitschek e se concentre nos acontecimentos. Com alguma imaginação, poderia ser hoje.

Em primeiro plano, estão relações tumultuadas, amorosas, o desejo, o erotismo. Engraçadinha é o centro ao redor do qual tudo gira. Na primeira parte do romance, o que detona toda a ação é o investimento que ela faz para conquistar seu primo Sílvio, que depois descobrimos, é irmão dela. Na segunda parte da história, a chegada do juiz Odorico à vida de Engraçadinha é a porta aberta para ela reviver uma série de fatos do passado, cujos desdobramentos se precipitam com a chegada mais tarde de sua prima Letícia.

Detalhe: Letícia é uma mulher que gosta de mulher, lésbica. Letícia é apaixonada por Engraçadinha desde criança e retorna à vida desta para incendiar a história. O livro tem quase 600 páginas de peripécias e somos sugados para dentro dos acontecimentos, sempre com o mesmo interesse e tesão desde as primeiras linhas. Falei aqui contra os livros com muitas páginas, mas há as exceções. Ficaria feliz da vida se houvesse mais algumas centenas de páginas de "Asfalto Selvagem" pela frente.

Continua...

Watchmen

Assisti "Watchmen" ontem e achei muito bom. Tenho uma ou outra restrição, mas no geral achei o trabalho todo muito acertado, muito interessante mesmo. Estava com medo, porque vi tanta porrada no lombo do diretor Zack Snyder. Para mim que detestei seu filme anterior, "300", o quadro não se anunciava bom. Com "300", gostei de uma coisinha ou outra e morri de aborrecimento com os outros, digamos, 90% do filme (incluindo o rei Xerxes, um deformado Rodrigo Santoro). Em "Watchmen" se deu o contrário, fiquei pirado em algumas cenas e adorei o conceito todo, o clima obscuro e dark, os heróis bem escrotos e totalmente fora da ordem, o humor, o erotismo, a crítica (ok, inofensiva) ao "american way of life" e à preponderância americana no mundo.

Não acreditava em certas coisas, fiquei embasbacado com algumas cenas. Bem, eu não conhecia os quadrinhos de Alan Moore, então para mim tudo foi novidade. Fiquei, como disse Hederverton, doidinho para ler o original. Não conseguia imaginar uma história como aquela direcionada para adultos, com um visual incrível e uma trilha sonora retrô deliciosa. Nunca pensei que iria dizer isso, mas tiro o chapéu para o Snyder. Claro que o grande mérito é de quem imaginou a coisa toda, que está nos quadrinhos originais, ok, mas pouco importa uma vez que o filme teve a inteligência de se valer disso e competência para dar luz e movimento à coisa toda. Por exemplo, um personagem como o Comediante, cínico, sacana, cruel e politicamente incorreto (o cara atira numa grávida!!!) é muito bom. Imagine que esse é um dos heróis! Dá pra acreditar? Adorei.

Um dos méritos é contar a história de heróis que sofrem com problemas dos homens comuns, desde ciúmes até aquela falha na hora do sexo. E é muito legal também a cena de sexo entre o mocinho e a mocinha, mostrada sem frescura. Ora, são pessoas normais que sentem fome, sede e tesão. Por que não? Imagina isso, uma cena quente entre o Peter Parker e a Mary Jane? Huuummm, não rola. Entre Wolverine e Jean Grey? Duvido que apareça algo que eleve a classificação acima dos 13 anos. Qual produtor vai entrar nessa? Por isso, alguém tem que fazer o trabalho sujo e "Watchmen" está aí para isso, para ser adulto na temática e na abordagem, sem moralismo. O filme mostra muito sangue, muito corpo explodindo, muita porrada, que chega a doer na gente. É violentíssimo. É cru, nesse sentido, impiedoso. Mas, contraditoriamente, é também clean de uma forma que diverte. O filme diverte o tempo todo. Pelo menos, para caras sem hipocrisia e dispostos a se entregar à ficção como eu. Há muita coisa boa, surpreendente. Para mim, foram quase três horas que passaram voando.

Tudo bem, vamos às restrições. O final é bem menos digno que o resto do filme (bobo até). Os atores não são bons, funcionam e tal, mas imagino o que seria com talentos de verdade. A exceção vai para os intérpertes do Comediante e do Rorschach, que estão maravilhosos. E eles são tão importantes para a trama que compensam o restante do elenco e equilibram a balança. A história flui na tela, mas em um ponto ou outro se confunde. Não é a bagunça total que alguns críticos apontam, dá para acompanhar perfeitamente. E acho, com sinceridade, que os flashbacks, um depois do outro, não atrapalham em nada o andamento, pelo contrário, movimentam a história. Eu sempre implico com filmes que tem personagens demais, plots demais, que diluem muito a atenção do espectador e não ajudam a fixar no que importa. Mas é possível fazer isso bem. E acho que Snyder conseguiu.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Vânia

Entro em minha máquina. Volto no tempo. Se minha amiga Najara pode, eu também posso. Ainda uma notícia de Carnaval: na quinta-feira, primeiro dia aqui em Salvador, cervejinha do lado, assisti na TV ao show "Pierrot e Colombina", em que a gracinha Vânia Abreu canta ao lado do marido, Marcelo Quintanilha. (Detalhe: sempre que vejo show dela, lembro de Sérgio, que adorava a rapariga.) E esse show foi especialmente nostálgico. As canções são bonitas, nem todas são clássicos de Carnaval, mas evocam a festa. Todas cantadas em tom suave e gostoso, bom para ouvir qualquer hora do dia e qualquer época do ano. Quem vir a lista de canções, vai falar em Carnaval antigo. Os mais espertos, em Carnaval eterno. O disco traz coisas preciosas: "Manhã de Carnaval", "Camisa Amarela", "Não Deixe o Samba Morrer", "No Cordão da Saideira". E pesa a mão em se tratando de Chico: "Quando o Carnaval Chegar", "Noite dos Mascarados" e "Quem Te Viu, Quem Te Vê". Delícia.

terça-feira, 10 de março de 2009

Alice

Alice Braga é uma menina boa, talentosa. E em "Cidade Baixa", de 2005, primeiro filme dirigido pelo baiano Sérgio Machado, ela está especialmente interessante ao lado de Lázaro Ramos e Wagner Moura. Faz tempo que vi esse filme, de fotografia linda, que traz um drama amoroso (que por pouco não se torna tragédia) ao cenário das ruas da Cidade Baixa, em Salvador. Vi o filme duas vezes, a última vez em Alagoinhas. A imagem acima, de Alice Braga no filme, passa a ilustrar o blog. Este blog, eu sei, está diferente a cada dia.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Roth

Nunca li Philip Roth. Mas depois de ver "Fatal", filme baseado em seu livro "O Animal Agonizante", leio por aí que esse americano é um dos melhores escritores de seu país. Fiquei curioso.

domingo, 8 de março de 2009

Fatal

"Fatal", filme de título nada a ver (o original é "Elegy"), baseado em obra de Philip Roth é mais interessante do que eu esperava. Foi com satisfação que atravessei suas quase duas horas. Ben Kingsley é um ator de que gosto bastante e sobre o qual pouco vejo falar. Aqui, ele está muito bem, dando vida a um herói angustiado e fragilizado. Penélope Cruz, embora não seja ótima sempre, pode funcionar muito bem com a direção certa. Gosto de filmes com poucos atores e poucos recursos, desde que haja história para contar. Com esse "Elegy" há questões eróticas, questões românticas e de relacionamento em jogo, mas a velhice ou sua inevitabilidade talvez seja um ponto mais importante. Fiquei um pouco pensativo sobre o argumento de que a velhice chega devagar e quando vemos já está aí. Há a questão da perda. Durante o filme, vemos perdas importantes que ocorrem ao personagem principal que angustiam pelo inevitável. Gosto mais da segunda metade do filme, após as apresentações dos personagens. Sai de cena aspectos mais cultos, com citações diversas a artistas e obras de arte, e entra em foco aspectos mais comezinhos, mais humanos (que é o que mais importa). O filme corre tranquilo, as coisas parecem acontecer mais dentro dos personagens que fora. Aquilo que não é dito (e muitas coisas não são ditas) ajudam muito ao clima algo poético do filme. Como se fosse o espectador fosse instado a colaborar com a narrativa. É um filme triste, mas leve e agradável de ver. Mesmo que fale de coisas duras.

Doce e arde

Juntei mel e pimenta. Não acho que inventei a roda, calma. Mas para um cara meio sertanejo, com a influência culinária de minha mãe, do quase sul da Bahia, é uma união inusitada. Sabemos que há saladas com variados tipos de ingrediente e combinações, inclusive as que incluem mel. Há mais variedade de saladas no mundo que tipos de humor feminino. A inspiração de juntar duas colheres de chá de mel ao molho de pimenta veio da matéria de capa do Paladar, suplemento de gastronomia do Estadão. O suplemento fala em molho para saladas, fiz uma licença poética e trouxe a idéia para o molho de pimenta. No Paladar, há uma fala aspeada do chef Francisco Rebêlo sobre molho para saladas. Diz assim: "Um molho para ser equilibrado deve levar um ingrediente ácido, um adocicado, um picante e uma gordura. Por exemplo: vinagre, mel, mostarda e azeite". O mais inusitado talvez tenha sido usar o molho no meu almoço. Sim, fiz caruru, frango ensopado e arroz branco. Estou treinando. A mistura de arroz, frango, caruru e molho levemente doce e ardido é deliciosa. Até Eloá que não gosta de molho de pimenta caiu pra dentro.

Danay Garcia

Uma série cheia de machos desde a primeira temporada, como "Prison Break", não foi tão pródiga assim em se tratando de presença de moças belas. O que é por si só um erro. Mas sempre há tempo de se corrigir um mau passo. E a correção veio agora com a atriz cubana, Danay Garcia. Boa na tela (só eu achei que a câmera se enamorou dela?), gosto também de suas expressões e da fragilidade que transmite nas horas muitas de tensão da série. Ela é a namorada de um personagem chave dessa terceira temporada que atravesso. Aliás, essa é a temporada menos legal na comparação, depois de uma session two eletrizante. Embora eu continue ligado, o bom nível caiu, infelimente. Mas sempre há compensações. Danay, Danay, Danay...

Linha de Passe

Gosto de Walter Salles, muito. Mas não amei "Linha de Passe", seu último filme, sobre o qual trazia grande expectativa. Salles diz que seu filme é simples e pequeno. Não sei, achei o filme meio um rascunho de alguma coisa. Todo mundo sabe que Salles é documentarista de formação e todos os seus filmes têm esse olhar de realidade, de documentário mesmo (com exceção, talvez, de "Água Negra"). Desse "Linha de Passe", eu não gostei muito do filme como um todo, embora tenha gostado bastante de algumas partes. E mais ainda de alguns atores. Gosto do núcleo principal, uma família sem pai, onde cada um está atrás de alguma coisa. Os quatro filhos são jovens (bons atores, incluindo Vinícius de Oliveira, de "Central do Brasil"), um evangélico, um aspirante a jogador profissional, um motoboy e um garoto menor que quer conhecer o pai. A mãe é a Sandra Coverloni, melhor atriz em Cannes que, sorry, não me mobilizou. Fiquei mais impressionado com os filhos, especialmente o evangélico, que entra em parafuso e questiona suas escolhas. Não sei, Salles é um cara do bem, cheio de boas intenções e bons sentimentos sobre o Brasil. Seu talento para contar uma história continua (apesar de eu achar "Diários de Motocicleta" um saco). Ele traz aquela coisa de usar o mínimo a palavra, algo que está forte nesse filme. Às vezes, quando o diálogo entra, há mais palavrões que palavras normais, o que "suja" excessivamente os textos (o que é um problema de muitos nacionais esse de não saber dosar a quantidade de "porra", "merda" e "puta que pariu" dos seus filmes). Achei alguma coisa incômoda o ritmo do filme, me pareceu vazio no início e cheio no fim, corrido até. E me incomodou demais a alternância de cenas e imagens solares com outras escuras, onde mal se vê os personagens. Talvez Walter Salles tenha razão, talvez "Linha de Passe" seja mesmo um filme simples e pequeno. Mais pequeno que simples, aliás.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Fãs

Não sou tiete, nem fã. Não quero ser indelicado, mas detesto essa raça ruim de gente. Claro que gosto de determinadas personalidades pelo que dizem, pelo que fazem, pelo talento, pela integridade, pela beleza (why not?), são muitos os motivos (e alguns bem fúteis, paciência). Mas nada, absolutamente nada, me faz, nem fará, agir como um desses fãs que ficam como mosca em cima dos caras, das moçoilas e senhoras famosas. Putz, até uma foto junto eu acho desagradável. Sérgio, meu amigo, era o contrário de mim. Se tivesse oportunidade, queria foto, queria contato com todo e qualquer personagem célebre que pintasse, os que ele admirava e os "nem tanto" (e os que mais pintava eram os "nem tanto"). Tô fora. De minha parte, é o artista esnobando de lá e eu esnobando de cá. Gosto das coisas como elas são. Esses personagens fazem o que sabem fazer, de longe, e eu faço o que sei fazer, que é ficar na minha. Nesse sentido, sou mais mosca dos meus amigos. Quero estar por perto, invento motivos, almoço, encontro, barzinho, escrevo pra eles, me chateio se eles somem. As personalidades realmente importantes para mim são as pessoas próximas cujo único pecado que cometeram foi o de me cativar. Agora tão frito.

Carboidrato, gordura

Levei hoje a maior reprimenda, com direito a dentes cerrados e respostas pesadas como pedras. O motivo é que sou amigo de mulheres. Melhor: de uma mulher específica. Simples assim. Não vou entrar em detalhes para não expor minha patroa, mas em verdade vos digo, o ciúme é uma cobra venenosa. Gosto demais de minha mulher, é linda, é graciosa, é inteligente e, embora não seja muito de cozinhar, hoje em dia até um feijão delicioso ela incluiu entre as suas prendas. Sempre pensei que não ia largar o osso fácil. Mas a certeza disso só veio mesmo depois que ela acertou no feijão. Fiquei rendido. O fato é que uma vida boa, cheia de amor e cumplicidade, sofre tremores medonhos por causa de uma bobagem ou outra. O ciúme é um mal da humanidade. Um pouquinho eu até gosto para sentir que sou querido (insegurança?). Mas em doses cavalares não faz bem a ninguém. É como carboidrato e gordura. Se não temos medida, a coisa fica feia mesmo.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Visita

Meu irmão esteve ontem em minha casa com a namorada suíça. Ele é professor, que acaba de concluir o doutorado, ela é artista plástica, que inicia um mestrado na França, onde mora. Foi uma noite boa, não apenas porque começou com a discussão de textos ficcionais que meu irmão escreveu em português e pediu para Eloá traduzir para o francês. A noite foi boa principalmente na parte B. Sentamos para a refeição da noite: sopa de feijão com legumes, cuzcuz de milho, banana da terra cozida, pão, café com leite e suco de maracujá. Ela, a namorada, comeu cuzcuz de milho pela primeira vez. Adorou. Ela tenta aprender português, se esforça para falar frases completas nesse idioma, mas não tem jeito, no meio começa a falar francês. Língua que meu irmão e Eloá entendem bem (e eu, nada). Foi uma refeição em duas línguas. O engraçado era a cara de espanto da suíça quando a gente usava uma palavra fora do contexto. Quando falei que tal coisa era um pepino danado, ela secundou: "pe-pino?!". Outra hora deu um nó no pensamento quando me ouviu falar a expressão: "porrada de coisa". No fim saiu feliz. Nós também gostamos muito da visita.

terça-feira, 3 de março de 2009

Watchmen

Em outros anos fui muito mais suscetível à onda do Oscar. Até o ano passado, começava a me dar alguma coceira ficar sem ver os filmes em disputa ou tinha que ver logo depois os vitoriosos. Este ano não me animei muito, estou entediado e, ademais, é sempre bom ter a minha própria agenda. O fato é que não corri a ver a lista de premiados. Houve aqueles filmes que assisti antes e coincidiu de estarem na disputa. Não me incomodo de correr o risco de ficar sem assunto em alguma mesa de bar. Meus amigos são leais, haverão de entender. Não tenho a obrigação do ofício de estar atualizado (o que não seria mal). Mas graças ao bom Deus, minha obrigação é com o meu prazer de cinéfilo (o que é ainda melhor). Estou em dívida com o cinema - e com a adorável Kate Winslet, vá lá. Mas acho que minha próxima peripécia no grande ecrã será um blockbuster chamado "Watchmen". Paulo Francis, que admiro muito, dizia que a cultura pop é uma montanha infinita de lixo. Discordo. Adoro a cultura pop. Vou ver "Watchmen". Ainda mando na minha vontade.

Meu medo: apesar da expectativa, esse "Watchmen" é dirigido pelo mesmo cara à frente de "300", Zack Snyder. E "300" foi uma bela porcaria... (pelo menos, bem menor do que eu esperava). Estou apostando em que o filme não será tão ruim apenas por causa do material original, assinado por gente muito boa, como Alan Moore e David Gibbons. Depois das decepções com "V de Vingança" (outro original de Alan Moore) e o próprio "300" (original de Frank Miller), bate um pouco o receio...

Palavrão

Nunca me levo tão a sério. Mesmo assim, no trabalho, sou aquele personagem que quer acertar. Não por bondade ou humilhação (ou humildade), mas por algum fiapo de capricho, zelo. E principalmente: por respeito pelo chefe que me emprega e pelo cliente que me confia os serviços de que precisa. Fora do trabalho, jogo a gravata longe. Sou da opinião do Vinícius, contra tudo que oprime o homem a começar pela gravata. Sei rir de mim e quero os amigos para rirem junto comigo. Daí (mudando totalmente de assunto, sorry) fiquei ontem pensando em palavrões. Não tenho regras para isso. Sou capaz dos meus, mas não se assuste. Não sou tão "ão" que envergonhe o colega nem tão "inho" que o enlouqueça de tédio. E, aqui pra nós, o que é um palavrão? E só faço isso naqueles momentos pós gravata. E, de preferência, sem crianças na sala.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Boston Legal

O melhor de Boston Legal é o seu cinismo escancarado, seu erotismo desavergonhado, a sua mão dada com o politicamente incorreto. Os dois principais advogados, Alan Shore (James Spader) e Denny Crane (William Shatner), encarnam um tipo sem noção que no contraste com os outros personagns, dá esse resultado sedutor que torna muito difícil parar de assistir os episódios. Bastava o talento de James Spader para atrair a minha atenção. Mas a série foi adiante: as histórias são ótimas, o elenco de apoio é bem bom (e de vez em quando é renovado, o que é uma vantagem) e os diálogos são deliciosos.

Ovos no molho de tomate

Boa: ovos cozidos no molho de tomate. Descobri no blog de uma antiga colega de faculdade, fui comprovar e gostei. O molho pode ser simples, começando com cebola e alho dourados no azeite, depois acrescentamos os tomates pelados batidos. Tempera-se com sal, pimenta moída, oregano e pimenta calabresa. Vai ótimo com pão quente tostado no forno.