domingo, 8 de março de 2009

Fatal

"Fatal", filme de título nada a ver (o original é "Elegy"), baseado em obra de Philip Roth é mais interessante do que eu esperava. Foi com satisfação que atravessei suas quase duas horas. Ben Kingsley é um ator de que gosto bastante e sobre o qual pouco vejo falar. Aqui, ele está muito bem, dando vida a um herói angustiado e fragilizado. Penélope Cruz, embora não seja ótima sempre, pode funcionar muito bem com a direção certa. Gosto de filmes com poucos atores e poucos recursos, desde que haja história para contar. Com esse "Elegy" há questões eróticas, questões românticas e de relacionamento em jogo, mas a velhice ou sua inevitabilidade talvez seja um ponto mais importante. Fiquei um pouco pensativo sobre o argumento de que a velhice chega devagar e quando vemos já está aí. Há a questão da perda. Durante o filme, vemos perdas importantes que ocorrem ao personagem principal que angustiam pelo inevitável. Gosto mais da segunda metade do filme, após as apresentações dos personagens. Sai de cena aspectos mais cultos, com citações diversas a artistas e obras de arte, e entra em foco aspectos mais comezinhos, mais humanos (que é o que mais importa). O filme corre tranquilo, as coisas parecem acontecer mais dentro dos personagens que fora. Aquilo que não é dito (e muitas coisas não são ditas) ajudam muito ao clima algo poético do filme. Como se fosse o espectador fosse instado a colaborar com a narrativa. É um filme triste, mas leve e agradável de ver. Mesmo que fale de coisas duras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário