segunda-feira, 31 de maio de 2010

24

Estava conversando com minha amiguinha Juliana hoje. Estou desolado com o fim de 24 horas. Essa oitava temporada que terminei de ver recentemente foi uma das melhores, começou bem e terminou melhor ainda (embora tenha embolado um pouco no meio do caminho). A série me dá muita saudade do meu amigo Sérgio, que era viciado. E foi quem me tornou viciado também. Estou triste. E com o som do barulhinho daquele relógio ainda vivo dentro da minha cabeça.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Furacão Elis

Difícil falar sobre um livro cuja personagem central tem tanta conexão com a sua vida. Talvez não seja difícil. Eu é que sou bocó mesmo. Me desmancho quando penso em Elis Regina. Não saberia dizer quando comecei a gostar dela, acho que nasci gostando. O livro "Furacão Elis", de Regina Echeverria, me trouxe de volta a figura de Elis. Muita coisa do passado pulou no meu rosto. Falando do livro propriamente: ele é rico em depoimentos, alguns bem especiais, mas, no geral, achei que a autora usou demasiado esse recurso de abrir aspas. Ficou como um documentário de TV. A autora pega da palavra apenas para introduzir a fala seguinte. É uma mediadora. Talvez não seja um defeito em si, mas me incomodou não ter a leitura indo embora sem que eu pense nela, na estrutura. Queria que a autora tomasse as informações para si e falasse como alguém que chegou àquele ponto por força da pesquisa. Ela entrega a responsabilidade pelo que diz à fonte. Tipo, é fulano que está dizendo. Senti falta de um mergulho maior, de uma contextualização maior, de saber mais sobre personagens que cruzaram a vida de Elis. Um monte de gente aparece e some. Sobre sua família, por exemplo, fala-se muito pouco e a impressão que passa é extremamente unilateral (da perspectiva de Elis). Foi um perfil mais ou menos tridimensional de Elis, rodeada de perfis rasos de todos os outros personagens. Fiquei mal acostumado lendo excelentes biografias. Talvez esteja querendo algo que a Echeverria não se propôs a tal. Mas louvo seu trabalho, ela ralou bastante e conversou com as pessoas certas. Ia lendo e pensando em Elis. Não tenho dúvida, amo essa mulher. Como é incrível. Falar que ela era uma pessoa difícil, como falam algumas amigas minhas, não consigo compartilhar com isso. Difícil todos nós somos. Elis tinha seu tanto de complicação, mas era normal dentro dos limites da loucura de todos nós. O que me pareceu foi até o contrário: que ela era muito sensível, muito emotiva, muito carente. E amava demais. Esse livro é muito doido. Não quero ficar aqui a criticar o trabalho suado dos outros, mas poxa... Sem que a heroína ou qualquer outra droga tenha sido mencionada antes no livro, de repente, a Elis Regina acorda morta, vítima de overdose. Há uma explicação pela metade, trazendo razões do relacionamento amoroso (ela havia brigado com o então namorado, o advogado Samuel MacDowell). Putz, nenhum sinal indica que chegaríamos nisso. O livro não apresenta um único ponto que antecipe ou prepare o cenário que veremos no final. Nesse momento, fui meio que surpreendido. Parece que o livro fica na superfície. Não estou criticando. Funciona como reportagem. Como um documento para entender melhor como foram as coisas, eu ficaria com muito ainda a desejar. A autora tinha uma ligação com Elis, eram amigas e tal. Não tenho dúvida de que foi feito com coração e boa fé. Mas senti falta de mais.

Estou escrevendo este post, ouvindo Elis e tomando um licor. Então, releve qualquer sentimentalismo.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Arroz cremoso

Homem, cozinheiro, precisando pensar rápido. É que no sábado, meu aniversário, acordei bem tarde. E Eloá estava chegando do francês para almoçar e sair de novo. O que fazer, que fosse rápido e prático? Pois foi aí que tive a idéia de testar uma receitinha simples, mas que parecia apetitosa. É um arroz cremoso com peito de peru. Muito fácil de fazer, leva uns 30 minutos, e é bem gostoso. A receita pede, além do peito de peru e do arroz, queijo, uva passa, creme de leite e salsa picada. Por minha conta adicionei caldo de bacon e pimenta do reino. Depois do arroz pronto, basta acrescentar o resto: queijo e peito de peru vão em cubos pequenos. Fica muito bom e com um ótimo gostinho de queijo. Dá pra servir sem outro acompanhamento. Eloá adorou e repetiu.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Elis

Já nas últimas páginas de "Elas gostam de apanhar", uma amiga me traz "Furacão Elis", livro sobre a vida dessa cantora que me deu (e dá) tanta saisfação nessa vida miserável. A amiga diz que não gostou do que leu, descobriu que Elis é insuportável como pessoa. Engraçado. Uma outra amiga me falou de uma entrevista de Elis com o mesmo comentário. Que ela parecia arrogante e que se achava. Eu vi a entrevista e me deliciei. Meu comentário foi que Elis pode ser o que quiser, até antipática (que não acho que tenha sido, não do jeito que falam). Porque sendo boa ou má pessoa, sendo agradável ou não, ela não deixou de ser a potência que ela foi como cantora, intérprete e diva da música popular. Bota alguma das suas canções mais fodonas e aumenta o som: é uma experiência! Elis é maravilhosa. Mesmo que no trato pessoal não seja nenhuma santa. E isso importa? Para quem deu de presente interpretações altíssimas de "Arrastão", "Deus lhe pague", "Travessia", "Atrás da porta", "Corsário", "Águas de março", "As Curvas Da Estrada De Santos"? Para mim, o que importa é a enormidade que ela deixou. Adoro Elis. Um caso de amor mesmo.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Iron man 2

Me diverti muito ontem com o novo "Iron Man". Para mim, cumpriu direitinho o papel de entretenimento. Pelo cinema lotado, deu pra ver que muita gente está curtindo e recomendando. Eu que gostei do primeiro filme - e que nunca deixei de gostar de Robert Downey Jr - fiquei meio preocupado com tantos atores novos na linha de frente do elenco. Mas parabéns ao diretor Jon Favreau, tudo se resolve bem e o filme flui. Minha musa, Scarlett Johansson, mal cabe nas roupas, de tão formosa. Tem gente que diz que ela foi mal aproveitada e que não tem função no filme. Acho bobagem. Tem que pensar nela como um bônus. Se ela não é essencial à trama, mal não faz. Seu charme, gostosura e talento só acrescentam no interesse que o filme provoca. Quem perde num filme em que cada entrada dela é em um modelito mais colado que o outro? O filme tem diálogos ótimos e as cenas de ação são acompanhadas por uma trilha bem legal que, depois descobri, é o rock do AC/DC. Muito bom. Gosto bastante do Sam Rockwell (de "Frost/Nixon"), que faz o antagonista. Já o vilão do Mickey Rourke lembra muito seu "O lutador", apesar do sotaque. Mas não faz mal. Um bom ator como ele faz a diferença com pouco. Sua atuação é tão acima da média, que ajuda a jogar o nível do filme para cima (adoro ele pronunciando, cínico, seu "You lost, Stark... lost, Stark..."). Tava com saudade de um filminho de ação bem feito.

domingo, 2 de maio de 2010

Bastardos Inglórios

Enfim vi "Bastardos Inglórios", do Tarantino, ontem. Achei um filmão, cheio de grandes cenas e ótimo elenco. Havia tantas estrelas entre os atores que deu a impressão de ter mais cacique que índio, mas isso já uma constante em seus filmes e o mais importante é que tudo funciona bem na tela. A minha personagem favorita é a judia Shosanna Dreyfuss, que tem a idéia de incendiar a cúpula nazista, incluindo o próprio führer, numa première de cinema. Há, claro, esse oficial espetacular, o Coronel Hans Landa, criado pelo ator Christoph Waltz. Aquela longa cena inicial com ele é tão boa ou melhor que tudo que veremos a seguir. E há muita coisa bacana. É uma delícia acompanhar o grupo de assassinos que persegue, tortura e mata militares nazistas. Há morte de lado a lado - algumas bem feias. E é incrível (e muito legal) a capacidade do diretor de criar expectativa para em seguida frustrar o espectador. Não sei se "Bastardos..." é melhor que outros filmes de Tarantino, mas que dá uma vontade danada de voltar a ver de novo, e de novo, e de novo... isso dá.