segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Battlestar Galactica

Durante o período que acompanhei "Lost", vez e outra ouvia comentários sobre a série de ficção científica "Battlestar Galactica". Todas as menções eram favoráveis. Fiquei curioso e fui atrás. Não é que estou gostando? Vi uns cinco episódios. O ambiente lembra bastante "Star Wars", mas é outra coisa. Li que a primeira versão da série surgiu depois do sucesso da saga de George Lucas. A versão de "Battlestar Galactica" que estou assistindo foi ao ar entre 2004 e 2009. É atual, mas traz um clima retrô bacana. E pra variar, eu fiquei louco com a lorinha Tricia Helfer que, pelo visto, faz uma personagem malvada, uma cylon chamada "Número Seis". Ainda não dá pra saber se quem é mau é de fato vilão. As coisas parecem, de propósito, deixar margem à dúvida. Má ou boa, a Tricia já me valeu o ingresso...

Cosme e Damião

"São Cosme mandou fazer/ Duas camisinha azul/ No dia da festa dele/ São Cosme quer caruru". Eita, criança, eu e outros pequeninos ficávamos na maior excitação em épocas como o dia dos santos Cosme e Damião. Era uma farra. Nunca vou esquecer dessas lembranças do caruru de sete meninos, com tantos acompanhamentos e também muita bala, doce, pirulito. Depois de grande e, principalmente, depois de me tornar pai, tenho tido vontade de reviver algumas dessas lembranças. Por isso, esse final de semana tentei reproduzir o máximo que eu pude o caruru da minha infância. Minha filha foi a minha ajudante de dia inteiro. Sim, porque levou um dia inteiro preparar tantas coisas: vatapá, feijão fradinho, milho branco, arroz, banana da terra frita e a estrela da festa: o caruru. Tinha planejado de um jeito, mas ficou de fora inhame, rapadura, pipoca e farofa de azeite. Fica para a próxima. Mesmo assim foi uma aventura valente. O final foi mais que recompensador. Eloá, que chegou em casa no final do dia, não acreditou que eu tivesse feito tanta coisa. E coisas tão gostosas. Ela, assim como eu e a pequena, se esbaldou. Falei pra ela se acostumar, aquele era o início de uma tradição. Todo ano, em setembro, faríamos o caruru de Cosme e Damião.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Milla Jovovich

Acabei só vendo ontem o filme do Paul W. S. Anderson, a quarta continuação de Resident Evil. Gosto mais do primeiro filme, naquela linha "filmes ruins que divertem". Me diverti com esse também. O filme é todo em cima da linda Milla Jovovich, o que faz muito bem, porque ela é de fato tudo o que interessa no longa. A historinha é mais do mesmo: a poderosa corporação liberou um vírus letal. O mundo está infestado de zumbis doidinhos por carne humana. Milla é a heroína que vai ajudar a salvar os poucos sobreviventes. Para isso tem que enfrentar os mortos-vivos em lutas coreografadas que copiam fartamente os balés de "Matrix" (aliás, essa parece ter sido a maior inspiração do diretor Anderson). Plasticamente, é um filme bonito, bem filmado e tal. Um exemplo é a cena da abertura com aquela moça na chuva. A abetura chama a atenção, mas é totalmente gratuita, zero conexão com o resto da trama. Pensando bem, essa abertura traduz o que é o filme. Levado a sério, esse Resident Evil (como os anteriores) não tem o que dizer. Mas quem quer levar um filme desses a sério? É tranqueira para descontrair. E depois sonhar com a Milla, com aquela roupa tão colada...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tammy

Eu falei pro meu amigo Fábio da linda Tammy di Calafiori, por quem tenho estado seduzido (para dizer o mínimo) nesses útlimos tempos. Sua resposta foi um muxoxo, disse que não dá bola pra ela. Gosta de "carne". Deus, perdoai, eles não sabem o que dizem! Mas "ok", cada qual com seu cada qual. Respeito, fazer o quê? O fato é que não podia estar mais feliz ao ler que a Tammy vive uma stripper no próximo e esperado (por mim, pelo menos) filme de Arnaldo Jabor, "A suprema felicidade". Como bom velho tarado que o Jabor é, só posso imaginar que vem coisa boa por aí. Aquela coisinha linda de stripper? É ou não é a suprema felicidade? Já gostei do filme...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mas esse final...

Depois do resto do mundo, terminei de ver Lost.

Gosto do raciocínio de que uma obra se completa com o leitor (espectador, ouvinte etc). Por isso, nenhuma obra pode ser muito explicada. Explicar muito, de certa forma, é matar a parte que cabe ao lado de cá.

Penso que está aí o problema maior de Lost na season finale. Tentou explicar demais e meteu os pés pelas mãos, sem falar que metade dos enigmas continuou no escuro. E ainda, pecado dos pecados, optou por um final que subestima a inteligência do fiel espectador.

Deixa eu formular isso melhor.

Depois de passar bom tempo plantando mistérios e de deixar o espectador tontinho (e isso era muito bom), a sexta e última temporada foi de elucidações.

No começo isso parecia boa coisa. Mas em se tratando de uma série com pé tão forte no mistério (e sci-fi, suspense, aventura, romance...), a sensação era de botar água no vinho. Cada episódio era dedicado a esclarecer algum dos seiscentos segredos da ilha. Como eram tantas as questões, claro que ficou um mundo de coisas sem resposta.

O final é totalmente frustrante no comparativo com o nível que a série atingiu. Parece que puseram na mesa todos os possíveis finais, daí escolheram o mais improvável, inverossímil e bobo.

É incrível o desnível de "The End", ainda mais tendo sido escrito pelos mesmos roteristas que mostraram competência para desenhar o enredo todo (ok, com muita enrolação e fumaça no caminho, mas também com episódios digníssimos).

Como diz minha mãe, eu vou e volto: porém, todavia, não posso me queixar de tudo. O final não apaga uma trajetória incrível. Isso mesmo. No saldo final, me diverti muito com Lost (thank you, Hurley, Sayid, Desmond, Faraday, Ben, Jin, Miles, Charlotte e Locke - meus favoritos).

Foram seis temporadas de altos e baixos, mas mesmo os piores momentos valeram a pena.

Concordo com o clichê de que é um marco na televisão. Mais um. Seria perfeito se Lost fosse uma série mais curta, concentrando nos episódios que tinham algo a dizer. Mas, por pior que pareça, a enrolação e as pistas falsas fizeram parte do prazer do jogo.

Lost me pegou pelo pé, me divertiu por seis temporadas. Se o final contrariou o bom nível do conjunto, paciência, são coisas da vida...

Na minha modesta opinião, mais que o da terceira, não existe final melhor que aquele da quinta temporada. (Quando Juliet, chorando, bateu com a pedra naquela bomba H, a tela ficou clara com a explosão e apareceu o logotipo da série. Depois disso, meu coração ainda ficou acelerado por uns bons minutos.) O final perfeito.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Distrato

Minha pequenina, de oito anos de idade, retornou de um período de cinco dias com a mãe que mora em outro Estado. Mantive a característica elegância, mas confesso que senti ciúmes.

Não por ela ter ido ver a mãe que não via já há uns bons meses. Acharia cruel ela não querer, não suspirar de saudades da mãe. Quem não tem amor à própria mãe, desconfia-se que deve ser uma bela peça. Minha pequena, ao contrário, foi ao encontro com justificado ardor filial, e lá ficou na trincheira inimiga por longos cinco dias.

O que matou esse pai velho e o último romântico da terra, foi a quebra de uma promessa. A pequena prometeu telefonar todos os dias enquanto estivesse ausente. Acreditei. No entanto, ela ligou três vezes.

E olha só: no primeiro dia, quis saber se estava executando bem a receita de arroz que ensinei. No segundo dia, perguntou se o carregador do seu celular estava em casa. No terceiro e último, avisou que já estava retornando, queria saber se eu estava em casa para recebê-la.

Nenhum telefonema com rasgos de saudade do pai, nenhuma declaração de amor eterno, nenhuma promessa de nunca mais se separar por tanto tempo.

Inevitável conclusão: ela não me ama, passou definitivamente para o lado negro da força.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Meus votos

A campanha eleitoral avança para os instantes finais. Acompanho tudo, me informo diariamente, mas confesso que já estou ficando de saco cheio. Tomara que chegue logo o dia. E vamos virar a página, seguir a vida.

Já defini quase todos os meus votos. Meu candidadto à deputado estadual é Joseildo Ramos, ex-prefeito de Alagoinhas, trabalhei com ele. É um cara muitíssimo competente. Fez um trabalho espetacular em dois mandatos em Alagoinhas. Saiu com aprovação imensa.

O deputado federal é, por enquanto, Emiliano José. Foi meu professor de jornalismo na faculdade. Venho acompanhando sua trajetória política desde que saiu candidato a vereador, foi também deputado estadual, depois federal (ocupou o mandato final de Pelegrino). Escreve muito sobre o período da ditadura militar. Escreve muito bem, é bom professor, debatedor. Tem sido um parlamentar aguerrido. É íntegro e tem aquela ternura dos homens sérios.

O senador é Edivaldo Brito. Depois que vi ele falar em alguns encontros fui investigar sua vida. É incrível. Foi lavador de carros, família paupérrima, para virar doutor. Tem uma trajetória bonita, mas mais do que isso, até onde compreendo, ele alia capacidade com integridade.

Não estou decidido pelo governador. Se a eleição fosse hoje, votaria talvez em Wagner (contrariado pela falta de opção).

A candidata a presidente é Marina Silva. A cada dia, ela me ganha mais um pouco. O engraçado é que a primeira pessoa a se empolgar com Marina foi a minha filha de oito anos. Até panfleto com lápis de cor ela tem feito para convencer os colegas na escola. Convencer a nada, vocês sabem, criança não vota mas adora dar palpite.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O último mestre no ar

Com tanto filme bobo que abusa de efeitos especiais e cenas de luta, é um alívio ver um trabalho delicado como "O ultimo mestre do ar". Claro, que há uma diferença importante aqui. Quem dirige o filme é um autor de verdade, um cara que tem uma trajetória cuja preocupação maior é fazer cinema antes de fazer dinheiro. E, coitado, esse autor, M. Night Shyamalan, é um conhecido saco de pancadas da crítica. E também não é o diretor amado pelo grande público. Eu sempre gostei muito de Shyamalan, desde sua estréia e sucesso com "O Sexto Sentido", quando ele sacudiu o mundo. Ele nunca mais fez tanto sucesso como ali. Mas eu continuo fiel e gostando do seu cinema. Seus filmes são sempre perturbadores. Este "O ultimo mestre do ar" traz um mundo em que as nações são identificadas com os quatro elementos - ar, água, terra e fogo. E apresenta um garoto, o avatar (nada tem a ver com o filme do James Cameron), que traria equilíbrio a um mundo em guerra. Para aprender a dominar os elementos que ainda não domina, o garoto sai em busca de conhecimento por meio de meditação, aprendizagem, entrega. É um filme obscuro, mas terno. O herói é uma criança e seus ajudantes são dois jovens. É um filme infanto-juvenil, com boa dose de fantasia e mistério. Há suas complicações. Um príncipe foi banido de sua nação e só será aceito de volta se capturar o avatar. De outro lado, há um grupo numeroso e bem armado que também está no encalço do pequeno. É uma delícia acompanhar a trajetória do garoto (e o jovem ator foi uma excelente escolha de elenco). O filme começa e parece que entramos em um sonho. Toda a mitologia apresentada por Shyamalan é na verdade simples embora rica em referências. Eu, que nunca me empolguei com exemplares como "Senhor dos anéis", "Harry Potter" e "As Crônicas de Nárnia" da vida, fiquei extremamente satisfeito com este outro tipo de mitologia. O longa de Shyamalan é a primeira parte de uma seqüência de três ou quatro filmes. Vou aguardar ansioso os próximos capítulos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Chico Xavier

Gosto do Daniel Filho, mesmo entendendo que não se trata de um cara arrebatador ou de um artesão genial. Gosto dele principalmente em trabalhos como "Primo Basílio" e "Muito gelo e dois dedos de água". E não desgosto dos dois "Se eu fosse você". Mas meu interesse pelo seu cinema é sempre limitado, gosto de umas coisas tanto quanto desgoto de outras, sem que ele me satisfaça plenamente. Esse "Chico Xavier" não é muito diferente de outros filmes dele. Eu sei que fazer biografia é um negócio complicado, são tantos fatos, e se tratando de personagem tão recente, é tanta informação que é difícil chegar à essência. É sempre uma tarefa de risco. Uma das coisas que mais me incomodou foi o elenco que desfila na tela. Caramba, são tantos rostos conhecidos que durante a trama passamos a nos peguntar qual será o próximo global a aparecer. Não faria nada mal optar por rosto desconhecidos focando mais na história que está sendo contada. Esse é um tema - vida depois da morte - que atrai a atenção das pessoas. E o material nas mãos do Daniel é bem interessante. Tudo se passa ao longo de uma entrevista de Chico Xavier à TV. O filme dura o tempo da entrevista. Claro que esse tempo é manipulado o suficiente para abrir espaço para a narrativa da vida do biografado. É um esquema que a mim, me lembrou o recente "Quem quer ser um milionário". Enquanto o programa de TV passa no presente, vários flashbacks cortam a narrativa para contar quem é aquele personagem, quais são suas motivações e angústias. Paralelo a isso temos a história dos personagens de Tony Ramos e Cristiane Torloni, que perderam um filho, e que terão a ajuda do médium. Dessa trama, Daniel retira o climax de seu filme. É um dos tantos testemunhos de que há de fato muitos mistérios entre o céu e a terra. O curioso, pelo menos pra mim, é que o filme embora expresse a existência do desconhecido, de espíritos, de vida depois da morte etc. tudo isso me pareceu muito frio e distante. Saber que o diretor é tão ateu quanto o personagem de Tony Ramos talvez explique alguma coisa.

Heights

Não sei exatamente o que não gosto em "Por conta do destino" ("Heights", no original), direção de Chris Terrio. A menina Elizabeth Banks está tão bonita em cena que diria que foi o que me impulsionou até o final. Não é um filme bom, embora traga um discussão interessante sobre as escolhas que fazemos e as rasteiras que a vida nos dá. Elizabeth é fotógrafa, está prestes a se casar com o personagem do James Marsden. Acontece que embora seguindo com o planejado (chega a recusar um bom emprego que prejudicaria o casório), ela não parece tão empolgada com o casamento. Seu noivo tão pouco parece morrer de amores por ela. Mas ele é ambíguo. Depois descobrimos o motivo. Ele esconde coisas. Um jornalista começa a escrever um livro que pode trazer esse passado à tona. A mãe da personagem de Elizabeth é vivido por Genn Close, na trama ela é atriz conhecida e está montando Shakespeare. Ela passa uma fase terrível no casamento. Em sua companhia de teatro, conhece um jovem ator. Todos esses personagens (e mais alguns) vão se cruzar e a vida de todos será modificada. No fim, todos os personagens estarão diante de um recomeço. Já vimos essa estrutura antes, eu sei. O tipo de filme que parece bem mais interessante no trailer.

Rec, Tony Scott...

O terror "Rec", produção espanhola, é mais um filme de zumbi. Não traz nada de novo ao gênero além da câmara tremida e a sensação de aqui e agora (moda depois da geração internet e de sucessos como "Bruxa de Blair" e "Cloverfield"). Não chega a ser um filme ruim, mas não acho que mereceu a badalação toda ao seu redor (e menos ainda um remake americano feito às pressas com a gatinha - e talentosa - Jennifer Carpenter).

*

Já não acho que Tony Scott é esse cara terrível que achava antes. Mas também não cheguei a opinião (que já li por aí) de que ele é o irmão mais talentoso dos Scott. Esse "Sequestro do metrô 123" já começa irritando pelos maneirismo do letreiro modernoso da abertura. Depois disso começa o embate entre esses dois talentos que são John Travolta e Denzel Washington. É bom vê-los em cena, ok. Embora a gente saiba que ambos já fizeram coisa muito melhor. Você vê o filme e pensa que foi feito para ganhar uns trocados na bilheteria aproveitando o chamariz dos nomes dos atores. E é isso mesmo.