quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Tudo o que você não soube

Engraçado isso. "Tudo o que você não soube", livro da Fernanda Young, não é um grande livro.
Na verdade, é quase uma crônica ampliada.
Cento e poucas páginas, escrito sem complicação, texto quase displicente, e girando em torno de si mesmo.
Uma personagem sem nome fala diretamente ao pai moribundo; quer contar a ele tudo que ele não soube sobre a vida dela, inclusive sua estadia numa casa de detenção depois de ter tentado matar a mãe com um martelo.
A idéia me pareceu ótima desde sempre, mas o livro não trata propriamente de contar uma história. É mais um um desfiar de traumas, ressentimentos e ódio da filha pelos pais.
E no meio do caminho, ela faz observações sobre a vida, sobre gostos, sobre pessoas e sobre a relação entre pais e filhos a partir do seu exemplo trágico.
Não é um bom livro, mas não irrita (muito). Vamos indo, encontramos umas passagens bobas aqui, algum pensamento mais criativo acolá, mas nada excepcional.
Poderia ter sido um daqueles livros que agrupam textos de blogs.
Os capítulos são irregulares, alguns possuem uma única frase, outros são bem maiores.
Fernanda Young tem um texto fácil de seguir, irônico às vezes, mordaz quase sempre, com um ou outro palavrão calculado e, de vez em quando, uma frase mais forte, provocativa, direta ao leitor, do tipo "eu sou assim, não gostou, é só largar o livro agora".
Nesse livro em especial, ela resolve fazer uma série de citações, quase uma por capítulo, de Cartola a Caetano Veloso, passando por uma declaração de amor a Roberto Carlos. E de vez em quando fala de filmes.
A melhor parte da narrativa aparece quando ela analisa o filme "Atração Fatal", sucesso com Michael Douglas e Glenn Close.
Já falei aqui que tenho sentimento confuso em relação a Fernanda Young.
Gosto às vezes, mas me irrito muitas outras.
Continuo interessado nela por causa da impressão que me causou o seu livro "Vergonha dos pés", que li bem mais novo.
Me pareceu moderno, engraçado, auto-irônico, bem escrito.
Mas ou menos o que sinto com a sitcom "Os normais", escrito por ela e pelo marido para a TV.
Tenho medo de voltar à "Vergonha dos pés" e descobrir que Fernanda Young nunca foi essa coca-cola toda.

domingo, 28 de agosto de 2011

Cigarro

Eu tinha um projeto de banda de rock ainda bem jovenzinho.
E nessa época, um determinado dia, achei adequado tirar uma foto de terno, com a gravata frouxa, óculos escuros e cara de mau.
Meu amigo Sérgio pousou comigo, com os mesmos trejeitos.
Depois, fomos comemorar na cozinha da casa dele ouvindo Raul, Cazuza, Legião Urbana...
Sentamos no chão, tiramos do bolso e acendemos nossos cigarros.
Era um negócio proibido, mas vivíamos a sensação de que estrelas da música são mesmo assim.
E olha que era um simples cigarro, nada de drogas ilícitas.
Lembrei desse momento quando li o trecho abaixo de Fernanda Young do livro "Tudo que você não soube".

*

"Então, fumei um cigarro e achei maravilhoso. Lembro bem da sensação, que me pareceu de delícia absoluta, do meu corpo ficando dormente a partir da ponta dos dedos. Fumar escondido tornou coisas como feriados em Araruama imediatamente mais interessantes. Já que, sentada em qualquer janela, de madrugada, junto com o meu Hollywood, eu estava tendo minhas primeiras experiências no ramo em que me notabilizaria: o da ilegalidade. Logo depois, viria aquele copo de requeijão cheio de Campari, tomado num só fôlego, que me introduziu no mundo dos porres completos. Nunca mais bebi Campari, enjôo só de pensar; mas virei adepta do hábito pirata, do álcool num único gole. Daí para a chamada perdição foi uma ida até a próxima esquina.

Coisa triste de uma filha dizer a um pai. Ainda mais, sendo justamente esta a sua intenção."

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A rainha do castelo de ar

Acabei de ler "A rainha do castelo de ar".
Sinceramente, não tenho certeza se entendi o título.
Mas nem acho que isso seja tão importante.
A personagem da hacker, Lisbeth Salander, é uma heroína moderna.
Ela é a personagem chave nos três livros, embora no primeiro ela só apareça depois de a história ter avançado bastante.
No primeiro livro, o jornalista do bem, Mikael Blomkvist, é claramente o personagem em torno do qual a história gira.
Salander é uma coadjuvante que vai ocupando mais e mais espaço.
Não à toa. É um personagem fascinante, sexy, invocada...
Nos dois livros seguintes, ela é dona da história. Tudo começa e termina com ela, a rainha do castelo de ar.
Bom, cabe o epíteto de rainha a uma pessoa que tem dois bilhões de moedas (qualquer que seja) em sua conta.
Depois que ela dá um golpe, dorme pobre e acorda rica, as coisas mudam.
Se ela já podia fazer muito estrago sendo apenas uma hacker (muito) habilidosa, imagina depois dos bilhões.
Mas autor é um negócio sério. Ele entende que quanto mais obstáculo o herói tem para transpor, melhor a trama. E maior o mérito do seu heroísmo.
Então mesmo com toda a fortuna que conseguiu, as coisas não são nada fáceis para a moça.
Está aí a graça do livro, que é mostrar como alguém em uma situação tão adversa consegue dar a volta.
Como o livro segue a tradição mais açucarada das histórias de heroísmo, tudo vai acabar bem para os personagens que interessam.
O engraçado é que quando tudo acaba e aparece o final (feliz), é bom que tenha sido assim.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Young

É engraçado.
Citei diversos livros que queria ler e no entanto comecei a ler um que não tinha entrado na história.
Ainda não terminei "A rainha do castelo de ar", mas faltam poucas páginas. Nisso passei a mão na Fernanda Young.
Eu sei que a autora é controversa, eu já me irritei com ela várias vezes.
O problema é que ela escreve bem, pelo menos eu gosto do que ela escreve a ponto de comprar o livro.
Foi assim com "Vergonha dos pés" e foi assim com "Tudo o que você não soube", o livro que traz um martelo na capa.
Peguei assim por curiosidade, um pouco de saudade e tal, quando vi já tinha passado quase vinte páginas.
Por que parar? Segui em frente.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

De onde menos se espera, vem um estalo.
Ontem aconteceu isso, uma faísca que me fez ter idéias sobre a minha vida.
Talvez explique isso melhor depois.

(Eu disse talvez.)

Livros

Faltam cento e poucas páginas de "A rainha do castelo de ar", que estou lendo, terceiro volume da série Millennium, do autor sueco Stieg Larsson. É quase nada, considerando que cada um dos livros tem uma média de 600 páginas. Quem conhece a série, sabe que a leitura dessas obras é veloz.

Por isso já estou pensando no próximo livro. Tem alguns que quero ler, e um deles é "A ponte – vida e ascensão de Barack Obama", a biografia do presidente americano, escrita pelo jornalisa David Remnick. Recentemente foi lançado "O que sei de Lula", de outro jornalista, o José Nêumanne Pinto, que também me despertou interesse.

É bom falar dos livros que queremos ler.

Por exemplo, quero ler muito "Carmen", de Ruy Castro, sobre Carmen Miranda. Ruy Castro é ótimo e seu livro de Nelson Rodrigues, "Anjo pornográfico", é muito bom.

Ainda não consegui pegar para ler a série sobre os anos de chumbo do escritor e jornalista Elio Gaspari: A Ditadura Envergonhada, A Ditadura Escancarada, A Ditadura Derrotada e A Ditadura Encurralada.

De Fernando Morais, li muita coisa, incluindo os bastante conhecidos "Chatô", "Olga" e "O mago". Mas quero muito ler seu livro inaugural, "A ilha", sobre Cuba.

Há muitos livros na fila e sempre aparecem outros. Mas não será de espantar se pegar para ler "Os sertões", de Euclides da Cunha, livro que comecei a ler em Alagoinhas, li os capítulos "A terra" e "O homem", adorei o texto, mas não sei porque não fui até o fim. E justamente no fim é que está o capítulo que trata da guerra de Canudos. Eu sou uma anta, eu sei.

Por falar em inacabados, estou devendo ler direito "Grande sertão: veredas", a conhecida obra de Guimarães Rosa.

Também não seria nada mal ler um estrangeiro, um livro bacana de ficção, principalmente se for gente de boa como Gabriel García Márquez.

Philip Roth também não faria mal nenhum.

Mas saudade mesmo (sempre) estou de Machado de Assis, que não canso de ler e reler.

sábado, 20 de agosto de 2011

Novela

Não posso ver sempre novela, nem tenho tanto saco como já tive.
Mas sou um apreciador de boas tramas na TV, ainda mais quando tecidas pelos autores que mais admiro. E Gilberto Braga é um deles.
Não acho que essa novela do Gilberto Braga faz jus ao que costumo esperar dele.
Mas novela é um negócio complicado, não dá pra ter a exigência que se tem de um filme ou uma série, quando a equipe tem um controle maior.
Novela vai mudando ao sabor da audiência, começa de um jeito e vai se transformando com o caminho.
Por pior que seja, uma novela de gente como Gilberto Braga tem um certo padrão de qualidade, uma certa coerência, que faz a gente seguir adiante.
Hoje, o que mais me irrita nas novelas é que todas precisam trazer algumas bandeiras, mostrar exemplos, colaborar com um mundo melhor, atacar preconceitos e denunciar coisas.
Pior que essas obras serem obrigadas a levantar bandeiras é a forma como tudo é feito. Tão pouco sutil como o cada vez mais presente merchandising.
Final de novela costuma ser um troço brochante: os maus são mortos, vão presos, enlouquecem ou ficam sozinhos. Sempre recebem o merecido castigo.
Os bons se casam, são acolhidos, caminham serenos para o happy end.
Tudo muito bem, mas falso, falso.
Não que ao longo dessas tramas a verossimilhança prevaleça. Às vezes o autor vacila, escorrega, cria um artifício que só depõe contra a história (a trajetória da personagem de Glória Pires é um exemplo).
Mesmo com algumas coisas irritantes, há os bônus.
O Leonardo do Gabriel Braga Nunes, principalmente quando esteve solto e aprontando, foi um show.
O banqueiro bandido do Herson Capri poderia ter muito mais cenas, o personagem é forte e o ator mandou muito bem.
O vilão do Thiago Martins foi um achado, ele não um ator iniciante. Já vem de uma trajetória interessante na TV e cinema.
Natália Timberg, grande atriz, nos momentos de maior exigência dramática, botava fácil os colegas de cena no bolso.
Houve alguns atores mais experientes que tiveram participação irregular, embora o talento compense os momentos mais ruins dos seus personagens. Foi o caso de gente como Lázaro Ramos e Camila Pitanga.
Alguns rostos menos conhecidos mostraram um trabalho bem interessante: Giovanna Lancellotti, e sua Cecília, Tainá Müller, e sua Paula, Bruna Linzmeyer, como Leila.
Nessa novela, houve um grupo de atores que apareciam em papéis pequenos e sumiam para nunca mais, em geral assassinados. Desses, a melhor participação foi de José Wilker no início, tão bom quanto seus melhores papéis na TV (e faz tempo que ele não é tão bom assim).
Outros atores em participações mandaram muito bem: Tuca Andrada, Nívea Maria, Milton Gonçalves, Cristiana Oliveira e Lavínia Vlasak são exemplos.
Recursos como o "quem matou", não acho que a novela precisasse disso. Quase sempre aparece mais como artifício para segurar ou atrair audiência. Há muito tempo deixou de ser algo instigante, é apenas repetitivo e aborrecido.
Não dá para falar dos personagens mais chatinhos, isso tinha muito (como os personagens da Maria Clara Gueiros e Ricardo Tozzi).
O bacana na trama do Gilberto é que ele tem muita coisa para contar e a velocidade dos acontecimentos é grande, tornando as tramas ágeis.
Política sempre entra na pauta do dia e a classe A tem sempre um papel importante, mesmo que a abordagem aos ricos seja crítica.
Tem que pensar essa novela quase como um conjunto de histórias separadas que tiveram um grupo de personagens comuns.
Às vezes esses núcleos se comunicavam com a trama principal, mas nem sempre.
E as tramas são tão pulverizadas hoje em dia, que falar de uma trama central nem mesmo é correto.
As tramas paralelas às vezes ganham maior dimensão que a principal, é um jogo, em que a audiência é sempre levada em conta.

E, sim, a Paola Oliveira mostrou que estava à altura de um papel principal. Talento e beleza de diva de cinema.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"Não durmo, nem espero dormir./Nem na morte espero dormir."
Sempre lembro desses versos do incrível poema "Insônia", de Fernando Pessoa.
Lembro quando fico insone ou quando tenho sonhos estranhos e acordo esquisito. Duas coisas que me acontecem com frequência.
E foi o que aconteceu ontem: noite agitada, sonho confuso em que apereceu um personagem de temperamento delicado que não vejo há mais de dez anos - a minha primeira chefe.
Minha filha pequena fez mil recomendações ontem que precisava chegar na escola cedo para ensaiar.
Ela participa hoje de uma maratona de dança e só falava nisso.
Acordei em cima do horário e tive que correr para não ficar mal com a pequena.
Tudo culpa do sonho esquisito. E do despertador que não fez sua parte.
Tem uma frase que algumas pessoas gostam de usar quando alguém se queixa de cansaço: "quando morrer, descansa".
Mas eu tenho a sensação que me transmite o poema de Pessoa - "Nem na morte espero dormir".

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Super 8

Cara, eu gostei de "Super 8", mas achei que ia gostar muito mais.
Desconfio que o fato de J.J. Abrams, o diretor, ter seguido de perto os passos de Spielberg, com homenagem explícita, explica um pouco a minha (quase) decepção.
Não chegou a ser uma decepção.
O filme é bom, aquela relação entre o garoto (Joel Courtney) e a menina loirinha (Elle Fanning), achei graciosa - e confesso que torci pelos dois.
Dá para falar de muita coisa legal no filme, um ar de sessão antiga, nostálgica, clima produzido de propósito com a história ambientada nos anos 70.
A homenagem ao cinema é bonita e bem feita, com uma equipe de pequenos fissurados em filmes e histórias de zumbis.
O filme é bem movimentado, e acho que ajudou ao clima o ET não aparecer logo, deixando um ambiente de mistério e suspense por mais tempo.
O elenco é bom, são vários núcleos que se comunicam, tudo feito para dar força a trama principal e para dar espaço para a turma de crianças que são os verdadeiros heróis.
Mesmo com tantas coisas bacanas, eu esperava mais.
Não gosto tanto do sentimentalismo nem do enfoque muito família, não do jeito que está ali, meio que forçando a uma redenção de todos os personagens no final.
Não gosto muito que seja tão edificante, quase com uma mensagem de amor e compreensão ao próximo e aos diferentes (no caso, o diferente é um bicho de outra galáxia).
Pelo menos não como solução artificial.
Acho que sou um pouco mais cínico com as coisas.
Nunca gostei tanto de Spielberg para falar a verdade. Sempre tive esse sentimento com filmes dele, um sentimento de que era legal mas meio chatinho.
Não sei explicar bem.
Spielberg nunca foi um dos meus diretores favoritos.
Gosto dos filmes de Indiana Jones por causa do humor do personagem e temos que ver a contribuição do carisma e talento de Harrison Ford que também ajudam.
"Super 8" é um filme bonito e vale a pena pelas homenagens que faz, pela beleza que é ver atuando o casalzinho (tanto a menina quanto o menino são muito bons), pelo encadeamento crescente, a tensão o tempo todo.
Os garotos do elenco estão ótimos e engraçados.
O filme é bom, vai...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fringe

Devo ser besta mesmo. Gosto de séries e uma que sempre me despertou um sentimento ambíguo foi "Fringe", que tem a assinatura do J.J. Abrams. Depois de "Alias", que é uma série de que gosto muito (mesmo sendo pueril, quase boba, ou talvez por isso), topo tudo que está ligado ao J.J., mesmo com toda a decepção com o final (ridículo) de "Lost" (porque afinal foi uma série marcante e teve momentos incríveis). Por fim, veio "Fringe", que começa estranha, porém promissora e melhora assim que introduz o conceito de mundo paralelo (sem falar na estréia da belezura da Anna Torv como protagonista).

Mas eu nunca gostei de tudo na série. Tinha até meio que desistido de acompanhar apesar de um fim de segunda temporada muito bom, revigorante.

Pois então... depois de ler tantos comentários elogiosos à essa terceira temporada (inclusive de minha amiga Juju), fui à luta. Confesso que gostei basante do outro nível que a série alcançou nesta third season, amarrando mais as histórias e alternando-as com o mundo paralelo, onde há duplos de todos os personagens, com diferenção e característcas próprias.

Tudo parecia bem e pequenas falhas ou incoerências estavam automaticamente perdoadas pelo alto nível do conjunto e pelo que prometia. Estava tudo se encaminhando bem até o último episódio. Mas o season finale é um lixo. Não engoli aquela rasteira que os produtores e roteiristas deram na audiência.

Pô, o episódio é escroto e desonesto. Como assim o mocinho vai parar no futuro e a série fica por lá infinitos minutos contando uma possível história que não existia e não interessa a ninguém? Pior: que nada tem com o final angustiante e cheio de pontas do episódio anterior. E então, faltando alguns minutinhos para o final, a série retorna ao ponto que parou no episódio anterior para deixar o final em aberto para a próxima temporada. E ainda vem com essa esquisitisse de que Peter nunca existiu. Hein?! Isso tem nome: trapaça, vigarice.

Uma série que vinha num crescente tão bom nessa temporada não merecia isso. A audiência cativa merecia menos ainda (eu, pelo menos, não merecia essa troça). Sei que muita gente gostou e viajou na incoerência desse final. "Nossa, que lindo, como eles viajam! Como são doidos! Como mudam tudo assim sem quê nem pra quê". Não tenho paciência. Agora é definitivo: "Fringe" morreu para mim.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sopinha

Sei que não se deve pesar a mão nas refeições da noite. Sei, mas não uso. Porque gosto de comer à beça, e jantar é um prazer do qual não abria mão. Meu chefe me disse outro dia que estava chegando em casa e, sem conseguir resistir, mandava ver na janta (feijão, carne, macarrão etc.) para se sentir culpado logo em seguida. Acho que essa fase dele passou. Almoçamos outro dia e ele me pareceu o cara da alimentação saudável por excelência. Até entrei na onda e consegui me sentir satisfeito com um cardápio de caldo, muuuita salada (folhas principalmente) e proteína em dose bem contida (queijo branco e frango).

Porém, a minha vida não é de refeições exemplares. Tem de tudo, o que inclui meus momentos de excesso e entrega aos desejos. Gosto de todos os pratos, os saudáveis e os proibidos. Não existe essa de prato proibido pra mim. Qualquer refeição feita com honestidade está valendo. Até Rabada e Mininico de Carneiro (saudade de Alagoinhas...).

Vou continuar minha vida dedicada aos prazeres, mas à noite começo a substituir o peso de uma feijoada completa, bife ou macarronada pela inocente sopinha de legumes. É meu sono que exige a mudança. Ontem fiz isso e já notei a diferença. Catei uma receita bacana e rápida. Fiz algumas modificações e o resultado é que no meu experimento entrou arroz integral, cenoura, chuchu, batata, tomate e vagem. Também azeite de oliva, sal, pimenta, vinagre e uma pitada de açúcar. Foi bacana porque fiz umas improvisações como saltear os legumes antes de adicionar à receita (água em fervura, fogo médio, onde o arroz já estava há dez minutos). O tomate picado é o último ingrediente a entrar. Outra adapação foi que cozinhei a batata, e usando um pouco da própria água da fervura, fiz um caldo no liquidificador para dar uma engrossada na sopa. Se não pesar mão na batata, fica uma consistência ótima. Não sou o maior fã das sopas aguadas.

Não entra nada de fritura, nada de tempero em excesso ou caldo pronto industrializado. Praticamente o gosto é o dos legumes com o cuidado de só acrescentar o azeite no final. Delícia de sopinha. Mais uma para minha coleção.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Capitão

Gostei. O filme do "Capitão América" é divertido, bem feitinho, tem um herói que na primeira parte, ainda magricela e baixinho, já é cativante, tem uma mocinha linda e pavio curto e o longa tem humor, o que é sagrado para qualquer filme desses. Um filme do cinemão, que é divertido do começo ao fim, sem abusar da paciência ou da inteligência alheia, é sempre um feito louvável. Como bom ex-leitor de todas essas revistas em quadrinho na infância, vou ao cinema ver os filmes. Desses da Marvel que preparam terreno para "Os vingadores", esse foi o que mais me entusiasmou. O pior deles foi o "Hulk" [o que eu lamento, porque Edward Norton e Tim Roth são dois caras de quem eu gosto muito].