segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Spartacus

Apesar de ver muitos filmes, há muito tempo, mesmo assim sou um cinéfilo em começo de carreira. Há incontáveis filmes "importantes" que estão na minha lista de "a ver". Risquei mais um esse fim de semana com "Spartacus", épico de Stanley Kubrick, uma produção de 1960. Quem me conhece sabe que sou admirador de Kubrick. Entre meus filmes preferidos, o tempo passa, e continua entre eles "Laranja Mecânica", "O Iluminado" e "De Olhos Bem Fechados". Do "2001 - Uma Odisséia no Espaço" não gosto. Explicando melhor: gosto muito de toda a parte que envolve o super computador Hal 9000. Só. (Já "Lolita", adaptação que Kubrick fez da obra de Nabokov, vi no final do ano passado e ainda não sei se gostei.) Gostei de Spartacus. É um filme que trabalha dois núcleos: o do escravo que se torna gladiador e daí lenda ao formar e liderar um exército de escravos. O outro núcleo é o dos políticos em Roma. Gosto mais ainda das tramóias dos patrícios romanos que da formação do líder interpretado por Kirk Douglas. Assistia e não parava de pensar nas grandes produções de holywood. Mas isso é estranho, porque Kubrick sempre foi um diretor autoral. De certa perspectiva, é o anti-estúdio. Depois que li sobre a produção, endenti o que se deu. O filme é da produtora de Kirk Douglas (pai de Michael Douglas) e seria dirigido originalmente por Anthonhy Man. Por divergências entre diretor e produtor, Mann saiu de cena e Kubrick foi chamado com as filmagens já iniciadas. Essa troca no meio do caminho não resultou em prejuízo para o filme. Não aparentemente. Gosto especialmente de Laurence Olivier, que faz o antagonista e rival de Spartacus. E as melhores falas foram entregues ao ator Charles Laughton, que interpreta um cínico e experiente senador Gracchus. Em certo momento o senador é questionado sobre sua intenção de fazer acordo com bandidos. Ele responde que política é algo prático. "Claro que fazemos acordo com bandido, desde que ele tenha algo que queremos". É cruel dizer isso, mas: a frase resume parte do que é a política brasileira e do que é a história da humanidade. Enfim, todo grande filme de estúdio em holywood tem uma dama que torna mais doído o sofrimento do herói - e mais interessante o prazer de assistir. Aqui a mocinha é interpretada por Jean Simmons, uma coisinha mais linda.

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