sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Não acabe o blog

Depois de tantos anos (o primeiro post no primeiro blog foi em  2005), fiquei pensando seriamente em encerrar esse trabalho.

Tá bom, não é exatamente trabalho. Mas é uma atividade que faço com cuidado, não é um lugar onde despejo mágoas, experiências e pensamentos de qualquer maneira. Queria até fazer mais isso, porém não faço (uma vez escrevi um longo post enquanto estava bêbado, ou quase isso; só para no dia seguinte fazer o favor à humanidade de deletar a baboseira).

Este é um espaço onde eu tento não perder o contato com a escrita. E onde eu registro algumas coisas que me acontecem.

Há uns anos, antes do blog, eu escrevia desvairadamene, com freqüência, contos e poemas. Queria ser o novo Machado, Eça, Neruda ou Pessoa. Imaginava o dia em que estaria com um livro pronto para publicação. Desejei isso e achei que caminhava infalivelmente para esse fim. Não foi o que aconteceu.

Nos últimos dez anos, fui me afastando da produção de textos de ficção. Escrevia apenas por dever profissional. E isso é muito frustrante para quem acha que precisa escrever, criar, que é uma pessoa melhor quando cria textos, inventa histórias e consegue expressar alguma coisa razoável demonstrando talento.

O blog foi uma solução interessante para continuar no jogo.

Nos últimos tempos, porém, fiquei pensando em encerrar tudo, chutar o balde. A verdade é que nunca me importei muito com o que as pessoas achariam, achavam ou deixavam de achar sobre o blog e as postagem.

Se me guiasse por esse termômetro, já teria fechado esse boteco há muito mais tempo. Sempre fiz para mim. Esse é um espaço de mim para mim. O mundo que se f... (ok, não é bem assim - é que às vezes é bom ser dramático).

O que sei é que sou meu principal alvo e público quando publico aqui. Tanto que nunca faço propaganda, não anuncio no facebook ou twitter, não aviso aos amigos. Nunca aviso a ninguém que tem um novo post.

Lembro que Chaplin dizia que fazia cada filme para ele mesmo e que se divertia muito com seus trabalhos, a preocupação com o público vinha em segundo lugar. Não sou nenhum Chaplin, mas acho que é bem por aí.

O fato é que, depois de tanto tempo, estava aborrecido com o blog. E pensei em parar por ali. Depois tive uma idéia melhor, deixar ele ao léu e quando desse na telha, de caju em caju, postaria alguma coisa.

Esses e outros pensamentos flutuavam em redor da minha cabeça. Afastei todos e retomo o blog normalmente.

A nota curiosa é que Eloá, depois de isso já não ser nenhum problema para mim, me disse ontem que eu não acabe o blog. Agradeço a ela por isso.

Mas ela chegou atrasada.

Tudo será como antes. E nada será como antes...

Um comentário:

  1. \Reforço a campanha: não acabe com o blog. Acho isso aqui tudo muito bom... e é pro bem nação, não feche o boteco, vai...

    Marlla

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