terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quincas Berro D'água

Tenho o maior respeito pelo diretor baiano Sérgio Machado. Seu filme de estréia, "Cidade Baixa", me ganhou de cara. Tenho motivo para continuar com o respeito após "Quincas Berro D'água", adaptação de conhecida obra de Jorge Amado. Vi o filme com certo interesse do começo ao fim. Não foi amor, não foi nem a excitação provocada por "Cidade Baixa". "Quincas..." é bem filmado, fotografia bonita, algumas atuações muito legais (como as de Irandhir Santos, Luis Miranda e Mariana Ximenes). Paulo José é um negócio impressionante, um herói, mesmo com a limitação do mal de Parkinson é um ator extraordinário e faz um morto digno de nota e atenção. Marieta Severo que geralmente é excepcional, achei pouco aproveitada, assim como outros tantos (putz, muitos) atores em cena. Me pergunto por que usar tantos grandes atores num filme que, tudo indica, ganharia muito mais se concentrasse a atenção em meia dúzia de personagens. Isso me incomoda. Mas gosto da pegada de Sérgio Machado, seu esforço em estar a altura de Jorge, manter o espírito do livro. No fim, é um filme com mais virtudes que defeitos. Mas não arrebata.

Tropa

Não comentei aqui. Vi Tropa de Elite 2, é um grande filme de entretenimento. Confesso que não gosto da forma como o diretor usa o longa para dizer suas coisas, desfiar sua tese sobre o país, de como apresenta sua teoria sobre o que está por trás de tudo, aquele posicionamento todo sobre a corrupção e sobre os políticos. Aquele vôo sobre Brasília, especialmente, me incomoda. Mas não nego que é um filme muito interessante, um espetáculo mesmo. Padilha entende do riscado, sabe mexer com o espectador, é um artesão e tanto. Algumas cenas são bem fortes, de impacto. Bom ver esse tipo de trabalho no cinema nacional e com o tamanho que foi esse lançamento, com a qualidade dos profissionais envolvidos. Saí muito pensativo da sessão (lotada) no dia de estréia. Esse Tropa, como o anterior, é um acontecimento importante para o nosso cinema. Isso é bacana.

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