segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A suprema felicidade

"A suprema felicidade", novo filme de Arnaldo Jabor, não é regular, redondinho, nem bom em todos os momentos. Há altos e baixos, momentos bem bonitos e outros menos. O fato é que, no geral, tive muito prazer com essa obra. Assistiria mais dez vezes. Há muita coisa bacana, muitas cenas especiais, um clima de nostalgia boa que atravessa todo o filme. É um filme complexo, cheio de informação e histórias, cheio de homenagens e citações. Me senti muito bem, estive numa sala não cheia e com várias pessoas mais velhas. Talvez tenha causado um certo incômodo a esse público porque o filme é cheio de citação de sacanagem em palavras e em peitinhos descobertos. Gosto de Jabor (do cineasta, pelo menos). Não vi toda sua obra, mas gosto muito das duas adaptações que ele fez de Nelson Rodrigues, "Toda nudez será castigada" e "O casamento". Adorei ver a Tammy Di Calafiori fazendo o número musical como a Marilyn. Linda, graciosa, triste. Adorei vê-la pelada, sem vergonha (e o presente veio duplo porque mais cedo quem tirou o vestido foi a bela Maria Flor). Jabor tira a roupa de quase todas as suas atrizes, o que é um bônus em seus filmes. Outro ponto alto é o avô feito por Marcos Nanini, um personagem muito especial, que encerra o filme de maneira graciosa, elevada. Gosto também muito daquela cena operística, com o crime no bairro das prostitutas. O casal central, os pais do protagonista, é interpretado por dois atores cativantes (Dan Stulbach e Mariana Lima), que seguram bem os papéis (achei teatral, e ainda assim muito bonitinho o trecho que cita "O morro dos ventos uivantes"). É um trabalho que encanta quem gosta de cinema. A mim me encantou como se eu estivesse diante dos melhores filmes que vi e me marcaram. O que é bom no filme é uma delícia, compensa com sobra os momentos menos fortes. Um filme que quero comprar e ter na estante de casa.

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