segunda-feira, 14 de maio de 2012

Tudo pelo poder

Vi “Tudo pelo poder” às escuras, ou seja, sem saber nada sobre ele, e terminei o filme de George Clooney pensando muito em Shakespeare. Daí vou ler o que se escreveu sobre o longa e descubro que já no título original “Ides of March” há referência à obra de Shakespeare, ao conhecido episódio do assassinato de Júlio César por Brutos. Não fui tão certeiro, mas assim que o filme terminou pensei na frase clichê “na veia”, no caso, “Shakespeare na veia”. Achei o filme bom pra c…, de longe o melhor que vi no ano inteiro até aqui. Exagero? Provavelmente, mas dá a dimensão do que o filme provocou em mim. Achei que seria mais um desses filmes chatinhos sobre bastidores do poder na América. Olha, o filme não tem nada de chato e traz um Ryan Gosling de atuação hipnótica. Ele é um ator incrível. O elenco é de muitas estrelas, todos grandes atores, e muito bem em seus papéis: George Clooney, Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti, Ryan Gosling, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood. Na trama, a campanha para as prévias do partido democrata. O centro da atenção é o personagem de Gosling. É um filme acelerado, com boas cenas envolvendo a relação imprensa x poder e mais ainda o papel central dos assessores na trajetória do candidato. No filme, política é coisa suja, ponto. Quem vence, não faz isso sem sujar as mãos. Parece um quadro redutor de um ambiente tão complexo. É mesmo redutor, mas dá sinais bem evidentes de como as coisas se passam longe dos olhos do público. Seja nos states, seja aqui mesmo em nossa república.

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