Bem interessante esse livro do Samuel Wainer, "Minha Razão de Viver",
que começo a ler. O jornalismo - e o país - eram completamente outros
nesses anos 30 e 40 do século passado. Para mim foi uma curiosidade e
tanto ver relatadas situações como a de João Goulart, numa festa na casa
de Getúlio Vargas, subindo numa árvore (?!) para exaltar o ex-ditador
do Estado Novo e então candidato à eleição presidencial de 1950. Putz,
em cima de uma árvore! E alguém consegue imaginar um repórter com uma
entrevista bombástica que precisa esperar pacientemente dias e dias até
que possa ser publicada, porque o jornal não funcionava durante o
Carnaval, nem mesmo na quarta-feira de cinzas? E o que dizer de um
político graúdo numa reunião importante - com a presença da imprensa -
que se vê contrariado e para demonstrar essa iritação dá uma cusparada
no meio da sala e solta um sonoro "filho da puta". Tirando essas
curiosidades de época, me deixou intrigado saber a turma que se reunia
com Samuel Wainer na sua revista "Diretrizes" (começou a circular em 1938)
de linha editorial francamente antifascista numa época em que não eram
poucos os simpatizantes do fascismo europeu - incluindo o próprio
Vargas. Essa turma de "Diretrizes" contava com gente como Jorge Amado,
Graciliano Ramos, Gilberto Freyre, Érico Veríssimo, Manuel Bandeira,
Rachel de Queiroz, Rubem Braga, Di Cavalcanti e Moacir Werneck de
Castro.
terça-feira, 13 de março de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário