terça-feira, 13 de março de 2012

Minha Razão de Viver

Bem interessante esse livro do Samuel Wainer, "Minha Razão de Viver", que começo a ler. O jornalismo - e o país - eram completamente outros nesses anos 30 e 40 do século passado. Para mim foi uma curiosidade e tanto ver relatadas situações como a de João Goulart, numa festa na casa de Getúlio Vargas, subindo numa árvore (?!) para exaltar o ex-ditador do Estado Novo e então candidato à eleição presidencial de 1950. Putz, em cima de uma árvore! E alguém consegue imaginar um repórter com uma entrevista bombástica que precisa esperar pacientemente dias e dias até que possa ser publicada, porque o jornal não funcionava durante o Carnaval, nem mesmo na quarta-feira de cinzas? E o que dizer de um político graúdo numa reunião importante - com a presença da imprensa - que se vê contrariado e para demonstrar essa iritação dá uma cusparada no meio da sala e solta um sonoro "filho da puta". Tirando essas curiosidades de época, me deixou intrigado saber a turma que se reunia com Samuel Wainer na sua revista "Diretrizes" (começou a circular em 1938) de linha editorial francamente antifascista numa época em que não eram poucos os simpatizantes do fascismo europeu - incluindo o próprio Vargas. Essa turma de "Diretrizes" contava com gente como Jorge Amado, Graciliano Ramos, Gilberto Freyre, Érico Veríssimo, Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz, Rubem Braga, Di Cavalcanti e Moacir Werneck de Castro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário