domingo, 25 de janeiro de 2009

Violência Gratuita


Teoricamente, eu deveria gostar de filmes como "Violência Gratuita" (o título original é melhor: "Funny Games U.S.") que tem um certo parentesco com "Laranja Mecânica". Mas não gostei, não é a minha. E, pra bem da verdade, está distante do clássico de Kubrick. Seu ponto em comum, a violência praticada por jovens inconseqüentes, lá tem tratamento bem diferente. Leio que o "Funny Games" é uma refilmagem, quadro a quadro, conduzida pelo próprio diretor, Michael Haneke, que antes fez esse mesmo filme com elenco desconhecido. A refilmagem tem atores famosos. Encabeçam o pequeno elenco Tim Roth e Naomi Watts (na verdade, foi por essa dupla que me dispus a ver o filme). Ambos dão conta do recado, o que é de se esperar de atores que tem trabalhos de alto calibre no currículo. O problema é que a mim, não me interessou um filme que é perverso por ser, que me faz sentar na cadeira e ficar apreciando as pessoas sendo espezinhadas e violentadas. Não é moralismo, não advogo um final feliz obrigatório nos filmes. Mas também não me agrada pagar para sofrer por cem minutos diante da tela como se isso fosse entretenimento. Violência como sexo (como tudo, não?) tem que ter um contexto maior que ela que justifique sua presença. Filmar dois moços belos e educados que saem por aí barbarizando por nada, isso por si só não justifica um filme. Nem se Haneke fosse um diretor maior, cuja estética fosse hipnotizante, a narrativa incrível e o desenvolvimento surpreendente. Não é. O filme é irritante e propositadamente vagaroso. Os 100 minutos parecem três ou quatro vezes mais. Fica a léguas de qualquer comparação com Kubrick. É chato e metido a besta (o que é aquele controle remoto refazendo uma cena? e a quebra da quarta parede com o garoto falando diretamente com o espectador?). Pior que ele só o brasileiro "cama de gato", com Caio Blat, que também já foi comparado com "Laranja Mecânica". Sai pra lá.

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