Terminei "Deu no New York Times", livro que reúne reportagens do correspondente americano Larry Rohter. Gosto da escrita do Rother, embora boa parte das matérias perca a força porque foram escritas para ter um determinado tempo de vida, o que é normal para jornal (mas não para livro). As matérias, divididas em blocos, têm uma introdução que explica seu contexto e situa o leitor quanto à sua repercussão à época. Algumas coisas são bem interessantes, especialmente o primeiro capítulo sobre cultura e, em parte, o capítulo que trata de sociedade. O mais divertido é ver o estranhamento do repórter com certos hábitos e cultura locais.
O tempo inteiro ele faz um paralelo entre o Brasil e outros países onde trabalhou e principalmante - e isso é irritante - mostra o quanto somos atrasados na comparação com os Estados Unidos e a Europa. Ele se defende quanto a isso. Diz que faz esse paralelo com freqüência porque identificou no Brasil uma tendência muito forte para esconder suas mazelas e atribuir parte dos seus problemas à ação dos estrangeiros. Nos capítulos que tratam de política nacional e de política internacional, ele mostra toda a sua desaprovação ao governo Lula, que tentou expulsá-lo do país após publicação de matéria sobre o hábito de beber do presidente. O livro desanca o governo e o PT. E fala um pouco desse histórico. Segundo Rother, o partido não gostava dele mesmo antes de chegar ao poder e a relação só piorou depois.
Ele tenta ser equilibrado na forma, mas o conteúdo é inequívoco e deixa clara sua posição sobre uma série de questões. E ele desce a porrada a torto e a direito. E isso é bom.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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