terça-feira, 31 de agosto de 2010

Karatê kid

Em geral, assisti sem me chatear essa refilmagem de "Karatê kid", estrelada pelo "Will Smith mirin" (expressão do crítico Sérgio Alpendre). É filme pipoca feito para o público infanto-juvenil. E em se tratando desse público, há coisas tão boas hoje que é covardia comparar com a oferta de animações, algumas obras-primas, surgidas nos últimos tempos. Mas o filme funciona para divertir esse nicho e não aborrece (muito) os mais velhos que viram a versão original. O melhor do filme é o pequeno Jaden Smith, simpático e convincente o todo inteiro. Como o filme é todinho em cima dele, menos mal. Jackie Chan, o mestre da vez, não está ruim. A história é aquela coisa que a gente sabe, o original não era grande coisa, e tudo se repete neste remake. A China mostrada no filme é a das paisagens mais óbvias possíveis, uma agência de turismo não teria feito melhor. Não significa que é ruim ver a história passada nesse grande e belo cenário. Achei a coisa meio boba, mas há algumas cenas boas de ver. Concordo com quem diz que o filme é mais longo do que o necessário. Também achei a mocinha meio sem sal, lembro que suspirava de amores pela Elisabeth Shue, que fez o original (e depois se revelou boa atriz). Importante registrar que vi o filme num cinema lotado e a platéia participou, elétrica, de tudo. E saiu falando maravilhas.

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Teminei a leitura das 500 e tantas páginas de "O berro impresso das manchetes". O livro que reúne as crônicas esportivas de Nelson Rodrigues, escritas para a Manchete nos anos 50. É aquela coisa, um prazer ler o jeito único de falar sobre futebol de Nelson. Lá está boa parte do vocabulário e das expressões que continuam hoje a serem repetidos pelos comentaristas de esporte da imprensa nacional. Não sei se fico feliz por descobrir a escola desse povo ou triste por ver que não apareceu ninguém assim depois de Nelson. Uma curiosidade interessante: numa das crônicas o autor fala pela primeira vez sobre Pelé usando expressões como "rei" e "realeza", e no posfácio somos informados de que Nelson foi o primeiro a usar essa desiginação que ficaria. Na época Pelé tinha 17 anos.

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