segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Liberdade, liberdade

Estou acompanhando os lances da campanha eleitoral. Não sei o que vou fazer em termo de voto: o quadro é triste, monocórdio, pobre. Mas quero estar tranquilo para, após o pleito, acompanhar com atenção quem quer que seja o eleito. Os eleitos. Já devo ter falado isso, mas falo de novo. Até aqui, o que sei é que, seja lá em quem vote, não será com entusiasmo. O que é uma pena.

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Daí um amigo me incita a me filiar ao seu partido. Com um amigo desses... Gosto mais do estilo "Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós" que a prisão a um partido político. Por isso nunca me filiei. Já fui muito simpático à idéia de filiação, é verdade. Por um tempo (era um outro tempo mesmo, do "Fora, Collor" etc), pensei bastante no PT. Isso porque gostava dos caras que conheci ligados ao partido na escola. E porque fiquei amigo e quase-namorado de uma moça (linda) do partido.

Depois fiquei muito simpático à idéia de aderir ao PV. Entrevistei um dos quadros uma vez, fiquei muito impressionado. A ótima impressão veio de bonde. Mas uma decpção sobre rumos, definições, coligações e etc veio em seguida, com o tempo. A última vez que pensei (já não tão empolgado) em ingressar num partido político foi com o PPS, por causa do Ciro Gomes (de quem ainda gosto) e por causa da amizade com o grande Alfredinho, o presidente do partido em Alagoinhas, cidade onde vivi um período.

Felizmente, nunca cedi à tentação da carterinha. Claro, teria sido uma experiência. Mas gosto de não estar comprometido a entender a idiossincrasia dos partidos, que é uma lógica muito escrota às vezes.

Gosto da liberdade de poder discordar, falar mal, se for o caso. E também de gostar de quem eu quiser. (Isso me lembra Renato Russo. Foi ele quem gritou uma vez num show, "eu amo quem eu quiser". As patrulhas caíam em cima por causa da opção sexual do roqueiro que declarou que gostava de meninos e meninas. Ele reagiu. Tava certo ele.)

Estar em um partido é assinar embaixo das coisas mais espantosas que podem ser feitas para que seja possível governar ou minimamente disputar o poder. Tem gente que gosta de jogar esse jogo. Tem gente que não. Prefiro ter a minha voz e opinião livres. E dormir tranquilo. Se antes, quando era inocente, puro e besta, não me meti na asneira de me filiar a um partido, não será agora que o farei.

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