quinta-feira, 10 de março de 2011

Coração louco, entre outros

Vi uns filminhos esse carnaval. Muito menos do que gostaria e, dos que vi, apenas a minoria me agradou de fato. O que mais me chamou a atenção foi "Coração Louco", de Scott Cooper, um drama musical (existe esse gênero?) com dois atores de que gosto muito: Jeff Bridges e Maggie Gyllenhaal. Bridges faz um ídolo de música country tão talentoso quanto beberrão. Ele é um andarilho. Viaja de cidade em cidade fazendo shows que pagam pouco, dinheiro que ele não se importa em torrar no uísque. Depois de muita coisa errada na vida, quase consegue se aquietar ao lado da personagem de Maggie Gyllenhaal. Mas o alcoolismo não é facil de vencer. Um susto envolvendo bebida faz ele ter um grande revés. O episódio é forte de tal forma que serve também à sua redenção. De certa forma, é um filme como mil outros de personagens que começam torto e passam por uma experiência que vai deixá-los melhores. Ainda que previsível, não tem como não gostar de Bridges que faz um trabalho inspirado. E de Maggie, sempre bem em cena. E, por fim, a trilha sonora que ajuda muito a gostar desse "Coração louco".

Vi ainda "A rede social", que é muito bom, tem ritmo, conta uma boa história. O filme se passa em duas linhas de tempo, linhas que vão se encontrar no final. Gosto desse jogo, alternando cenas hora no presente (quando ele está sendo processado), hora no passado (quando é narrada a criação da sua rede social). O garoto (Jesse Eisenberg) que faz um gênio dos tempos modernos é bem convincente no papel. Aquele longo texto inicial já diz muito do que veremos no resto do filme, que tem bons diálogos. Outro filme, "A caixa", que achei que seria um terror daqueles, é apenas um filme médio no início que vai piorando muito até o final. "A viagem de Chihiro", vencedor do Oscar, achei um saco. Minha filha parece entender mais das coisas, ela ficou hipnotizada do começo ao fim. Já "Ninja assassino" produzido pelos irmãos Wachowski, é um filme com muito sangue, que tem seu charme, embora a história não empolgue tanto quanto suas coreografias e seqûencias de luta. "Sem reservas", vi pela segunda vez para gostar ainda mais. "Operação Valquíria" não empolga tanto quando achei que poderia. Com uma boa história na mão, Bryan Singer prometia mais. Não é ruim, mas não é bom. O elenco cheio de atores conhecidos é apenas ok. "De repente, Califórnia", tinha lido várias críticas elogiosas sobre este filme. Não me interessou tanto. É mais um trabalho politicamente correto, com final feliz. Se substituir o casal gay por um hétero é uma trama bem sem graça. O suspense sobrenatural "Caso 39" tinha tudo para ser bom. Não é. Até a metade, ele engana bem. O final é decepcionante (melhor ver "A orfã", uma obra com mais estilo). "Paranóia" só não irrita se você não espera nada dele. É um dos duzentos filmes que abusa da premissa do clássico "Janela Indiscreta". Por ouro lado, "A troca" é muito bom em muitos aspectos, a começar pela atuação de Angelina Jolie (muito criticada). Não está entre os melhores filmes de Clint Eastwood, na minha modesta opinião, mas não é um filme ruim. Assiste-se com muito interesse até o final. E tem uma reconstituição de época bem feita, como é comum nessas produções.

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