segunda-feira, 22 de março de 2010

Livros

Conclui a leitura de "Terras do Sem Fim", livro bem interessante de Jorge Amado. Gostei muito, é uma prosa saborosa, e realmente é uma história de espantar, como prenuncia a sua epígrafe. Em torno da disputa por terras no Sul da Bahia, numa época de riqueza com o ciclo do cacau, o autor tece uma história cheia de casos curiosos. São muitos os casos, tantos e Jorge dá tanta atenção às histórias miúdas, que o maior problema do romance é justamente perder demais o foco da trama principal. Isso irrita. Mas naquilo que interessa, Jorge maneja bem suas peças e mostra muito talento. É fascinante ver nascer, desenrolar e concluir uma disputa tão sangrenta. É uma história de disputa de poder, claro. De submissão dos pequenos pelos grandes. Jorge não esconde suas convicções e sua crítica à arrumação da sociedade em beneício dos poderosos. E como isso causa conflitos. É bom ver o couro comer. É uma história de homens. Mas as mulheres são bem interessantes e ajudam a encorpar a trama. Uma livro sobre amores, traições, dinheiro e principalmente sobre a natureza sórdida de muitos homens. Leitura mais que recomendada.

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E já emendei "Fazendo as malas", da Danuza Leão. É um livro para fazer uma pausa nos temas sangrentos da obra anterior. Danuza trata de viagens, malas e outros temas correlatos. A leitura é leve, flutua. Eu gosto mais quando ela fala sobre seus hábitos incomuns (mudar a cama para a sala de jantar; preferir ficar em hotel para não ter que dar bom dia a ninguém), prefiro isso a sua descrição da semana santa e da feria em Sevilha. Mas, vá lá, mesmo essas descrições tem alguma graça. Estamos nos primeiros capítulos.

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