terça-feira, 19 de junho de 2012

Melancolia e promessas de amor*

Outro dia, conectei o celular no Youtube e caí numa versão de “Essa noite não”, sucesso de Lobão de 1989. De bobeira, fui seguindo a trilha de canções dessa época, um caminho de nostalgia sem volta, uma espécie de ticket gratuito de viagem no tempo.

O que foi a música dos anos 80? Para mim, um garoto nascido em 1975, foi bastante coisa. Quando tinha entre 5 e 17 anos, descobri o ouro e entrei numa febre de coisas como Legião Urbana, Ultraje a Rigor, Engenheiros do Havaí, Titãs, Cazuza e Raul Seixas.

O rock nacional era a trilha sonora da minha vida tanto quanto as canções das novelas da época e dos filmes de Hollywood.

A minha turma colecionava os discos das bandas (em vinil, claro), decorava as letras do encarte, guardava os recortes das revistas e íamos atrás dos discos mais antigos que gravávamos em fitas cassetes.

Nós queríamos aproveitar a onda, montar uma banda e fazer muito sucesso (e com isso conquistar todas as menininhas, óbvio).

Desde novo, eu também ouvia os medalhões da MPB porque era o que meus irmãos ouviam o tempo todo em casa. Era o período em que estávamos numa transição, saindo da Ditadura Militar, período de redemocratização do país.

Com tanta informação circulando – e foi nesse período que começou meu gosto pelos livros – a TV também fazia a minha cabeça.

A TV, o rádio (e as revistas em quadrinho) foram componentes importantes da minha formação. Ver as coisas na TV, ouvir o som (nas alturas) na vitrola de casa e sair correndo para compartilhar impressões com os amigos era uma rotina irresistível.

Voltar àquele período, ainda que seja pela via momentânea das canções, deve servir para alguma coisa – nem que seja para matar o tempo de uma forma divertida.

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 * “Melancolia e promessas de amor” é um verso da canção “Anos 80”, de Raul Seixas, do disco “Abre-te Sésamo”.

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