Outro dia, conectei o celular no Youtube e caí numa versão de “Essa
noite não”, sucesso de Lobão de 1989. De bobeira, fui seguindo a trilha
de canções dessa época, um caminho de nostalgia sem volta, uma espécie
de ticket gratuito de viagem no tempo.
O que foi a música dos anos 80? Para mim, um garoto nascido em 1975,
foi bastante coisa. Quando tinha entre 5 e 17 anos, descobri o ouro e
entrei numa febre de coisas como Legião Urbana, Ultraje a Rigor,
Engenheiros do Havaí, Titãs, Cazuza e Raul Seixas.
O rock nacional era a trilha sonora da minha vida tanto quanto as canções das novelas da época e dos filmes de Hollywood.
A minha turma colecionava os discos das bandas (em vinil, claro),
decorava as letras do encarte, guardava os recortes das revistas e íamos
atrás dos discos mais antigos que gravávamos em fitas cassetes.
Nós queríamos aproveitar a onda, montar uma banda e fazer muito sucesso (e com isso conquistar todas as menininhas, óbvio).
Desde novo, eu também ouvia os medalhões da MPB porque era o que meus
irmãos ouviam o tempo todo em casa. Era o período em que estávamos numa
transição, saindo da Ditadura Militar, período de redemocratização do
país.
Com tanta informação circulando – e foi nesse período que começou meu gosto pelos livros – a TV também fazia a minha cabeça.
A TV, o rádio (e as revistas em quadrinho) foram componentes
importantes da minha formação. Ver as coisas na TV, ouvir o som (nas
alturas) na vitrola de casa e sair correndo para compartilhar impressões
com os amigos era uma rotina irresistível.
Voltar àquele período, ainda que seja pela via momentânea das
canções, deve servir para alguma coisa – nem que seja para matar o tempo
de uma forma divertida.
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* “Melancolia e promessas de amor” é um verso da canção “Anos 80”, de Raul Seixas, do disco “Abre-te Sésamo”.
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