segunda-feira, 18 de junho de 2012

Prometheus

Fui ver "Prometheus" neste fim de semana, a prequel de "Alien - O oitavo passageiro", dirigido por Ridley Scott. Gostei muito do filme, provavelmente um dos dois ou três entre os melhores filmes que vi este ano (nos últimos cinco anos?). "Prometeus" é muito bom. Especialmente se a gente vai ao cinema atrás de entretenimento de bom nível. Gosto muito de como as coisas são apresentadas, os cortes, a montagem e roteiro que vão revelando as coisas aos poucos. O bom suspense é feito de uma estrutura em que o espectador só fica sabendo das coisas na hora certa. Até lá vamos recebendo pedaços de informação para ir montando o quebra-cabeças. Está aí um dos prazeres: ir reunindo as informações e montando o quadro. O filme é grandioso, claustrofóbico e épico em diferentes momentos. Há as cenas em ambientes mínimos (dentro de uma cápsula de cirurgia) e em ambientes macros: na superfície da lua alienígena, cenas que na verdade foram filmadas num pedaço deslumbrante da Islândia. O elenco é estelar e está muito bem, com destaque ao quarteto central (Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron e Guy Pearce). Desse grupo, não é difícil destacar o robô do Michael Fassbender, incrivelmente verossímil e cativante. Não é um personagem fácil, em boa parte do filme ele é um ser misterioso apesar do tom de voz educado e simpático. No final das contas, é um dos antagonistas e responsável por uma experiência traumática para a heroína da trama. Por falar nisso, ela também merece destaque: o papel aqui recaiu sobre a atriz Noomi Rapace, que está muito bem em cena. Como em Alien, sem informação prévia, não dá para saber quem vai ou não sobreviver a uma experiência aterrorizante que não promete muitas esperanças aos humanos. O filme fala sobre origem da espécie, busca de respostas sobre quem somos e para onde vamos, questiona religião, põe em xeque a ciência. Nada disso é tão interessante quanto a sensação passada ao espectador de vulnerabilidade total diante do desconhecido. Essa que é a matéria prima de todas as histórias de suspense e terror. O filme combina questões metafísicas com cenas de ação muito bem feitas. É um trabalho pelo qual vale a pena sair de casa e sentar na frente da tela do cinema.

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Ridley Scott é um cara que admiro. Os seus dois Aliens (O oitavo passageiro e O resgate) são excelentes, estão entre os melhores filmes de ficção e suspense da história do cinema. Sua filmografia é bem irregular, tem de tudo um pouco. Eu adoro Blade Runner, sobre o qual já fiz trabalho na faculdade, um filme que sempre me fascinou. Outros destaques, eu citaria “Thelma & Louise”, “Gladiador”, “O gângster” e “Um bom ano”. Mas é uma escolha absolutamente pessoal. O critério é o meu próprio gosto. Em outros filmes seus, não morro assim de amores, mas ele é um diretor que sempre tem algo interessante a dizer.

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