quarta-feira, 22 de abril de 2009

Deu no New York Times

Estou gostando de ler "Deu no New York Times", livro que reúne reportagens do correspondente americano Larry Rohter. O livro está dividido por temas. O primeiro é "cultura", o segundo é "sociedade", onde estou, mas tem outros como "política nacional", "política internacional" etc. A obra de Rother permite uma abordagem democrática, é possível encontrar motivos fartos para elogio e para meter o pau. Particularmente, gosto de sua reflexão sobre o país, seus comentários antes de cada capítulo que mostram tanto o interesse quanto o desgosto de um estrangeiro por nossas coisas. Não dá para concordar com tudo que ele fala. Seria louco se atestasse suas teorias sobre o atraso do país que ele contrapõe com bons exemplos americanos (ou europeus e japoneses), ignorando a história. Mas é bom ver como funciona esse olhar de fora, esse espanto.

As suas reportagens são irregulares, algumas bem bacanas, outras superficiais. Como jornalista gosto de ver como ele constrói o texto e a forma como vai estruturando as matérias. Alguém falou esta semana que nosso jornalismo de TV e de jornal é um dos melhores do mundo. Não conheço o mundo todo mas desconfio, pelo que leio aqui e ali, que temos profissionais realmente muito bons. Voltando a "Deu no NYT", estou curioso para chegar ao episódio que rendeu sua quase expulsão do país, quando ele fez uma matéria falando sobre o gosto de Lula pela bebida. Foi sua matéria mais polêmica em décadas como correspondente. E é bem provável que o tenha ajudado a vender esse livro (inclusive atraindo o interesse de editores). Não é à-toa que há um bom pedaço do livro com o título "Lula e eu".

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