sexta-feira, 24 de abril de 2009

Pode escrever o caralho aí

"Ministério Público é o caralho! Não tenho medo de ninguém. Da imprensa, de deputados. Pode escrever o caralho aí." Ciro Gomes, deputado federal

Tenho simpatia pelo Ciro Gomes. Há um histórico complicado na sua relação com jornalistas. Ciro tem boca suja, não engole provocação e fala o que pensa, mesmo que crie saia justa para aliados e problemas para ele mesmo. O que não é nada bom para um virtual candidato à presidência. Há uma implicância nítida de alguns profissionais de imprensa com ele. Bem fácil, as coisas esquentam. Mas esse post não é para falar disso. Minha cabeça estava mais na cobertura política dessa última semana. O bate-boca dos ministros do STF, a questão das passagens aéreas no Congresso e, claro, o noticiário antecipado sobre a movimentação para as eleições de 2010. Nossos políticos não são santos. Menos ainda a nossa imprensa. Eu sou jornalista. E favorável à imprensa livre. Mas acho que há exageros e muito "maria vai com as outras" na cobertura da imprensa. Muito legítimo pegar no pé de autoridades, se há razão para tal. Mas se comportar com generalismo e como se ela, a imprensa, fosse inimputável é complicado. Qualquer crítica à abordagem dos meios de comunicação é tratada como um absurdo, como algo fora de lugar e, não raro, rechaçada com veemência. Ora, a cobertura dos veículos ao mesmo tempo que é míope em relação a muito do que acontece no país, especialmente fora dos grandes centros, por outro lado é excessiva, repetitiva, em relação a determinados temas. Sem falar que sua relação nebulosa com o poder é um dado da realidade que põe suspeita sobre muito do que é veiculado. Não sou bobo de achar que as coisas que são veiculadas atendem ao estrito e digno interesse público. É bem mais complicado que isso.

2 comentários: