terça-feira, 7 de abril de 2009

Sobre 1958 (e mau humor)

Sabe que até estou gostando de "Feliz 1958 - O ano que não devia terminar"? Falei mal da apresentação desse livro de Joaquim Ferreira dos Santos e fiquei com o pé atrás. Depois, fui me deixando levar e viajando com a narrativa. Ao contrário do que Marlla pensa, um começo ruim não significa que tudo a partir dali será uma merd...

Explico: eu fui à cerimônia do "Troféu Dodô e Osmar" outro dia e odiei ficar esperando com um pequena multidão, no calor, para entrar no Teatro Castro Alves, coisa nova. E o evento começou atrasado pelo menos meia hora (coisa novíssima). Nunca tinha ido ao Teatro Castro Alves para um espetáculo começar atrasado, desde a reinauguração, nos idos do governo de ACM. Não quero pensar no governador Jaques Wagner e em seu secretário de Cultura, Márcio Meireles (que é um cara simpático e bom diretor de teatro), como aqueles que fizeram o TCA retroceder à bárbarie. Mas fiquei puto de início.

E depois que a premiação dos melhores do carnaval baiano foi caminhando fui ficando mais puto ainda (só o Gerônimo travestido e aviadado me trouxe algum alento, alguma satisfação). Nem o show final de Gilberto Gil e Ivete Sangalo me convenceu. Gil é grande, um músico de tantos talentos, um cara genial, mas seu pocket show foi feito no piloto automático. Ao contrário do que escreveu alguns comentaristas imbecis, o problema não foi do repertório escolhido. Foi da absoluta frieza dos dois artistas. Marlla disse que eu não gostei da cerimônia, porque me chateei no início com o atraso, fui contaminado por um mal começo. Não foi por isso (apenas). Um começo ruim pode ser remediado sempre, desde que o que venha a seguir compense.

Voltando ao livro de Joaquim Ferreira dos Santos. Hoje entrei no táxi e fiz o que costumo fazer: saquei o livro e retomei a leitura. O taxista (ô raça que não consegue ficar sem tagarelar) perguntou que livrinho velho era esse que eu estava lendo, de 1958!, e deu uma gargalhada. Não deu para ter certeza, mas acho que ele quis ser engraçado. Só pode, não é possível ser tão idiota. Nem me preocupei em dizer que 1958 era só o título. O livro foi escrito 40 anos depois. Disse apenas um "eh" sem graça. Era um "eh" com o sentido de "vai se...". Mas não disse o que significava aquele "eh". Não faço essas coisas. Sou um rapaz educado.

Minha coleguinha de trabalho, Juliana, uma mina muito graçinha e uma inteligência superior, disse que eu estava muito mal humorado outro dia. Acho que ando meio mau humorado mesmo. Estou um pouquinho melhor, porque depois de "Viva 1958..." já tem um livro na fila. Um, aliás, que queria muito ler. Chama-se "Deu no New York Times", escrito pelo correspondente no Brasil do jornalão americano, Larry Rohter. Empréstimo de minha amiguinha Marlla. Gente boa.

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