sábado, 10 de julho de 2010

João Falcão

Acabo de eleger mais um diretor brasileiro entre aqueles que me interessam, seja lá o que quer que façam. João Falcão é um cara para se prestar muita atenção. Eu sou daqueles que piraram com o filme “A Máquina”, sua estréia no cinema. Seu segundo longa chama “Fica comigo esta noite”, não supera a beleza, inventividade e surpresa que me causaram aquele primeiro filme, mas, poxa, ainda assim é delicioso. E tem uma vantagem que eu admiro, é conciso. Com 75 minutos diz tudo o que tem a dizer, não aborrece ninguém, e vai me deixar pensando na Aline Moraes o resto do dia (do mês?). Ela, que é atriz de TV, mostra com essa experiência que tem potencial para ser uma grande estrela de cinema. Tem mais: se fosse só a Aline que estivesse bem, ainda estava valendo. Mas o elenco inteiro é muito bacana. Vladimir Brichta faz bem o mocinho, par de Aline, e o cara que morre sem antes se despedir da esposa. Ele vai tentar a todo custo ter uma última noite de despedida, por isso terá que fazer contato com o mundo dos vivos. Só poderá conseguir o tento com a ajuda de outro morto, interpretado pelo ótimo Gustavo Falcão (protagonista de “A Máquina”). O filme tem uma referência clara aos quadrinhos, tem ritmo, uma fotografia muito bacana colorida e, embora tenha origem numa peça de teatro, se sai muito bem na transição para filme. Lembrando que nesse como no filme anterior de João Falcão, a “pegada” de teatro é óbvia – e algo que ele ressalta como parte da estética, da sua maneira de fazer as coisas. Tem gente que acha fake. Eu gosto muito. João, bem-vindo ao grupo dos meus diretores favoritos.

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