sexta-feira, 9 de julho de 2010

Lobato

Engraçado. Fiz um acordo com a minha filha. Fomos comprar um livro outro dia. Disse que ela podia escolher o que ela quisesse (entre as opções que eu ia oferecer, é claro). O problema é que ela saiu da minha lista e escolheu um livro suspeito. Dei uma passada de olho, é um livro de uma série onde cada volume fala sobre um tema diferente. O escolhido por ela falava sobre separação (eu e a mãe dela somos divorciados). Todos os temas são trabalhados para a leitura de crianças, a linguagem e o tratamento são adequados à faixa etária. Tudo bem, deixei. Não se pode controlar tudo sobre os filhos. Mas eu queria mais. Não uma escritora de livros infantis desconhecida. Queria que minha filha tivesse amigos entre os clássicos desse universo infantil. Foi então que propus novo acordo. Ela poderia levar o livro escolhido por ela. E por meu lado, a presenteei com o melhor autor infantil de que se tem notícia. O livro é "Emília no país da gramática", de Monteiro Lobato. Ela adorou a idéia. Claro, ia levar o livro que queria e ainda outro. Ainda mais que esse outro era com a turma do Sítio do Pica Pau Amarelo, que ela conhece bem e adora. Tudo muito bem. Enquanto ela começou a devorar sua historinha de separação que é contada do ponto de vista de duas crianças da família, comecei a ler o livro de Lobato. E estou pirando com a viagem do grupinho ao país da gramática, conduzida pelo rinoceronte Quindim. O livro que minha filha escolheu, li os dois primeiros capítulos, não é ruim. É fininho, traz linguagem que ela se identifica rápido, e é bom que ela leia essas coisas. Mas o de Lobato é um encanto, um negócio extraordinário. Acho que essa diferença fará bem para ela. Creio que um bom leitor é talhado entre o extraordinário e o ordinário. É desse equilíbrio que é feito o gosto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário