sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Filmes

Muito bom o filme do Sean Penn, "Na natureza selvagem". O autor é um dessas personalidades engajadas, que tomam partido das coisas que acontecem no país e no mundo. Ouro dia mesmo vi uma fotografia com ele no Haiti ajudando as vítimas do terremoto, pegando no pesado. Esse seu filme embora trate de um tema difícil, - de um garoto que abandona a família e se embrenha em uma viagem em direção ao Alasca -, é lírico e agradável o tempo inteiro. O elenco é grande: o protagonista é Emile Hirsch (que depois vai aparecer em papel bem diferente em Speed Racer), garoto que mostra muito talento para viver um cara que se desprende de tudo, dinheiro, faculdade, vida social planejada, principalmente quer se livrar dos pais. William Hurt é o pai, papel pequeno mas importantíssimo para a gente entender a crise do garoto e sua jornada à natureza selvagem. Marcia Gay Harden é outra que está estupenda como a mãe que aceita o jugo pesado do marido. O personagem de Hirsch está no centro da trama, é em torno dele que gira a história. Sua vida foi marcada pela presença de um pai impositivo e violentas brigas do pai com a mãe. Mal termina os estudos, com notas suficientes para ir à melhor universidade, ele abandona tudo. Não é fácil esse périplo. No caminho ele encontra muitas pessoas, gente sofrida que reaprendeu a viver, todos tem uma história triste. O que mais me deixou emotivo foi o velhinho que se apega a ele e o quer adotar. Como a coisa é feita, é bem fácil ir às lágrimas. Um filme tocante, com uma trilha sonora sensacional. E as imagens da américa não tão conhecidas são boas de ver na tela. Gostei muito.

*

Tive uma relação não tão fácil com "Ilha do Medo", o novo Scorcese. Ele é um dos grandes diretores, fez aquele "Táxi Driver", um dos meus filmes favoritos com o Robert De Niro em início de carreira e mostrando o quanto grande ator ele é. Tenho esse filme em casa, uma edição especial. É ótimo mesmo. E, claro, gosto de todos os clássicos do diretor, "Os bons companheiros", "Touro indomável", "Cabo do medo", "Cassino". Gosto também dos filmes mais recentes sobre os quais a crítica não é nada unânime: "Gangues de Nova Iorque", "O aviador" e "Os infiltrados". Esse "Ilha do medo", minha primeira reação foi me achar ludibriado, não gostei dessa sensação. O filme, quem assistiu sabe, faz você acreditar numa coisa e lá pelo final nada é o que parecia ser, a coisa muda totalmente de figura. Claro que sei que existem muitos filmes que já usaram esse recurso de narrativa. O exemplo que me vem primeiro à cabeça é "O sexto sentido", cujo final muda tudo que pensávamos até ali. Mas não achei esse recurso boa saída no filme do Scorcese. Com o tempo, fui gostando mais do filme. É um filme com camadas, bem filmado, bem dirigido, bons atores (Leonardo Di Caprio à frente), mas não sei. Não foi afeto imediato. Tive dificuldade para absorver. Não diria que gosto desse filme como outros do diretor, não me pareceu um grande Scorcese.
Por sua vez, gostei muito de "Preciosa", filme que concorreu ao Oscar no ano passado. É meio documentário, meio drama. Tem uma parte de fantasia. É um filme totalmente pesado, com cenas fortes e atuações bem interessantes. Não é um filme para se sair impune depois. Fiquei bem perturbado com a miséria que aparece na tela, mas bem impressionado também com a qualidade do trabalho.
Por fim, vi um desses filmes de ação de Tony Scott, um dos tantos que ele fez em parceria com Denzel Washington. Achei que foi a melhor parceria dos dois até aqui. Washington protagoniza uma história tensa envolvendo um quase conflito nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia. Tudo acontece dentro de um submarino. O antagonista da história é Gene Hackman. O duelo entre os dois é incrível, dois grandes atores. Parece teatro, por causa do espaço físico limitado e toda a ação se concentrar na relação entre os atores. É uma porrada. No gênero ação, é um dos mais legais que vi recentemente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário