terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sem noção

É estranho para um ser humano como eu, que pouco conversa com estranhos, se bater com gente tão desinibida. Já disse aqui que barbeiro e taxista são uma raça infernal, sempre puxando conversa, sempre falando demais. É muito agradável - e raro - quando a gente encontra um motorista de táxi que se limita a responder ao seu bom-dia e a perguntar o itinerário. Tem ainda aqueles que resolvem ligar o som do carro, esses são os piores. Sempre os decibéis estão acima do recomendado. É preciso pedir educadamente que o cara abaixe o volume ou desligue, já que não é possível simplesmente trucidar o desgraçado. Outro dia, liguei numa empresa dessas de gás. Veio um funcionário. Foram dez ou doze minutos enquanto ele entrava em minha casa, trocava um botijão vazio por um cheio. Pois foram dez ou doz minutos de tagarelice. O infeliz não parava de falar. Sua teoria era que enquanto gente boa como eu (bom? eu? quis perguntar "vem cá, eu te conheço?"), enfim, ele dizia que enquanto gente boa como eu vivia preso na própria casa, cercado de grades e tal, a badidagem vivia solta. Eu não me atrevia a dar opinião. Nessas horas, não se pode dar chance para mais discurso. Tudo que eu queria era que o cara sumisse. E se explodisse com o gás, tanto melhor.

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