segunda-feira, 5 de abril de 2010

Pai, mãe...

Sinto que minha filha está mais apegada a mim. Já vão dois anos desde que sua mãe decidiu se mudar para São Paulo e eu virei o pai que também é mãe. É uma tarefa difícil. Ter a responsabilidade por uma outra pessoa é um peso. A gente faz tudo com desvelo, mas quem vive essa situação sabe que é barra. Nos últimos tempos tenho aprendido a ser mais leve, a facilitar mais a vida da pequena. Explico. É que como fui uma criança criada sem nenhum luxo, entendi que era importante fazer a minha filha entender que as coisas não vêm de graça. Então me recusava a ser um pai que atende a todos os desejos consumistas. Fiz isso com certo rigor. Eloá vem me ensinando que eu não preciso ser tão duro. E que pode ser (também) instrutivo atender a alguns desejos fugazes de uma criança. Eloá vem me ensinando que tem momento para tudo. Eu posso ser um cara mão aberta no momento certo, dentro de uma certa política de merecimento. Tenho aprendido a lição. E tenho sido um pai mais generoso. Sem culpa. Aos poucos vamos nos aproximando mais e mais. Uma coisa bacana: temos tentado aproveitar mais o tempo juntos. Eloá tem sido imporante nisso também. Ela incentiva, dá idéias, chega junto. Minha pequena percebe o cuidado que a madrasta tem. E retribui com carinho. Nem sempre a família tradicional é a melhor opção de felicidade. Os novos modelos têm encontrado formas de convivência plenamente satisfatórias. Uma mãe emprestada pode ser tão eficaz ou até melhor que a mãe original.

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