quarta-feira, 22 de julho de 2009

Chefão, parte 2


Revi "O Poderoso Chefão - Parte 2", de Coppola, que continua a saga iniciada no primeiro filme. A trama é partida em duas para acomodar as origens da família. Na minha escala pessoal, gosto mais do primeiro filme, seguido do terceiro (aquele final me arrasa) e só então vem este "Parte 2". Claro que é um grande filme também (e não falo apenas de suas longas três horas e pouco de duração). O que me irrita um pouco é a história picotada em que as peças do quebra-cabeça vão sendo embaralhadas para depois formar um painel em que tudo se encaixa e faz sentido. A história sobre os Corleone no presente mostra Michael (Al Pacino) à vontade no papel de chefe, temido e bajulado por todos. Porém as coisas não serão fáceis.

Embora os negócios da família properem, com a aquisição de hotéis e cassinos, não faltam adversários para criar problemas para essa expansão. Ainda no início do filme, Michael sofre um atentado dentro da própria casa, o que lança suspeita sobre pessoas próximas. Esse fato inicia uma cadeia de eventos, seguidos de golpes e assasssinatos, que vão fazer rearrumar a relação com aliados, família e com os adversários. Há situações políticas apresentadas. Numa delas, os personagens estão em Cuba durante o histórico conflito que levou à queda do governo e à tomada de poder pelos revolucionários de Fidel Castro. Mais adiante, vemos que o Congresso está investigando as atividades ilegais da família Corleone. Apesar desse contexto político conturbado, o forte da trama ainda repousa sobre as relações de família.

Uma das cenas mais impactantes envolve Michael e Kay (Al Pacino e Diane Keaton), quando ela pede a separação e quer levar os filhos do casal consigo. Outro conflito importante envolve Freedo, irmão mais novo e frágil, a situação que o envolve irá se resolver de forma trágica. Tudo que ocorre no filme está de alguma forma interligado e reunir todas as pontas numa conclusão eficiente e forte é um dos pontos altos da direção de Coppola. Diferente das cenas no presente, nos fatos sobre o jovem Corleone, no passado, a história é contada de maneira linear e simples (na verdade, é um outro filme que corre em paralelo). No papel entregue a Robert De Niro, vemos a moldagem de um homem, que deixa de ser um imigrante mal pago para a respeitável condição de padrinho, conhecido tanto pelos crimes que comete quanto pelos favores que distribui.

O fato de as histórias caminharem juntas não faz mal ao filme, embora inusual. Gosto mais da metade final do filme. E, posso estar falando uma heresia mas, diferente dos outros dois, nesse aqui eu cortaria uma boa meia hora. Sem dor.

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