quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pnin

"...quando a decrépita Mme. Roux (...) subia para recolher o aluguel e o surpreendia sem seu faux col, o escrupuloso Pnin cobria castamente com a mão o botão de cima da camisa. Tudo isso mudara na inebriante atmosfera do Novo Mundo. Hoje, aos cinquenta e dois anos, era apaixonado pelos banhos de sol, usava calças e camisas esportivas e, ao cruzar as pernas, exibia - cuidadosa, deliberada, despudoradamente - uma enorme extensão da pele nua."

O trecho é do livro que estou lendo, "Pnin", escrito por Vladimir Nabokov em 1957, dois anos após "Lolita", sua obra mais conhecida.
Ainda estou nas primeiras páginas, 16 ou 17, pelas quais passei hoje no trajeto de casa para o trabalho.
Pnin é professor, tem um jeito curioso de vestir e demonstra seu estrangeirismo de diversas formas - ele é russo vivendo nos Estados Unidos, um imigrante como o próprio Nabokov.
Nas primeiras linhas, revivi o prazer de estar com a prosa do autor.
A primeira vez que li "Lolita", tudo começou com um curioso passar de olhos sobre as primeiras linhas sem intenção de seguir adiante com a leitura. Mas então, já era tarde e dali não saí mais.
O livro me encerrou sem chance de fuga.
Foi (é) deliciosa a leitura que relembrei imediatamente com "Pnin".
Estou bem porque o livro promete muito.

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