segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Há uma lista que gosto de imaginar, a dos livros que não li. São livros que até comecei a leitura, mas não me capturaram a ponto de ir até o final. Essa questão tem uma coisa curiosa, porque livro tem muito a ver com o momento. Às vezes não estamos bem com um autor, um determinado livro. Eu tive meu momento com um escritor que adoro, Gabriel Garcia Márquez. Comecei a ler "Crônica de uma morte anunciada", fiquei magnetizado pelas primeiras páginas e depois empacou. Resolvi parar um tempo, uma ou duas semanas, e comecei tudo de novo. A leitura fluiu perfeita (tanto que emendei com outro livro dele chamado "Do amor e outros demônios"). Mas nem sempre me dou essa chance de recomeçar. Em geral, quando um livro não desce, largo de canto e parto para outro. Esses pensamentos me ocorrem, porque estou lendo a biografia de Paulo Coelho e nunca me animei a ler nenhum livro dele inteiro. Tentei com "Veronika decide morrer" e a leitura morreu na primeiras vinte páginas. Ficava lembrando da frase de, acho, a Rachel de Queiroz, que havia comentado sobre o autor de "O Alquimista", que não leu e não gostou. Cresci sabendo que ninguém sério, com o mínimo de pretensão intelectual, poderia ler e gostar de Paulo Coelho. Era o atestado de alienado e inculto. Posso até ler e não gostar nos dias de hoje, mas essa pecha antecipada é muitíssimo suspeita.

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