quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mesada

Minha filha me botou na parede ontem. Dois anos atrás, ela me pediu mesada. Achei cedo. Disse que só quando ela completasse sete anos, eu atenderia o seu pedido. Não queria minha filhinha mal saída das fraldas mexendo com dinheiro. Bom, fomos adiante e eu esqueci o assunto. Ela não. Ontem, com sete anos e um mês, ela me chamou para uma conversa séria. Me disse que chegara à idade e não ia abrir mão do que eu havia prometido, do que ela tinha direito. Promessa é dívida. Aprendi que uma criança nunca esquece coisas desse tipo. Pode esquecer de escovar os dentes ou de arrumar o quarto. Pode fazer cara feia para interromper a internet e buscar os meus chinelos no armário. Mas isso nunca, jamais.

Aposto que ela estava contando os dias para começar a receber essa grana. Ontem mesmo comecei a dar sua mesada. Sete reais, um para cada ano. Isso significa que ela vai receber reajuste anual desse valor. É a ciranda da economia financeira chegando na sua porta de todos os lados. Disse a ela que havia umas condições inerentes ao contrato. Ela ouviu atenta. 1. Ela pode gastar com o que quiser, desde que avise pra mim ou pra Eloá antes. 2. Obrigatoriamente, ela precisa economizar uma parte, ela decide quanto a partir de dez por cento do valor. 3. Ela receberá incentivo, se decidir comprar revista em quadrinho, álbum de figurinhas ou livros. Com as notas na mão, seu olho brilhava. E ela passou a noite rindo à toa.

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