sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O Mago

Terminei de ler "O Mago" anteontem, na quarta-feira. Continuo achando 600 e poucas páginas muito, mas me entrego: o livro é delicioso. O primeiro capítulo é o melhor de todos, quando o biógrafo Fernando Morais mostra um retrato atual de Paulo Coelho, uma personalidade internacional, reconhecida e prestigiada em todos os lugares. O primeiro capítulo é forte, principalmente pelo contraste com o que vem em seguida: uma vida de não poucos casos terríveis e sustos, a começar pelo nascimento (o livro explica como Coelho sobreviveu depois de ter nascido morto).

Fernando Morais mostra uma ou outra coisa desagradável da vida de Coelho, mas o tom geral do livro é de defesa do mago e de condescendência. Ele detalha como se deu o massacre da crítica brasileira e relata casos que mostram o descaso do poder oficial. Coelho aparece como um cara injustiçado, que se fez sozinho, enquanto nunca deixou de defender seu país. É um retrato simpático demais, o que deixa o leitor (eu, pelo menos, fiquei) desconfiado. No que é mais importante, a qualidade do texto, a boa organização do material recolhido e a riqueza de informações, nisso Morais foi incrível.

Terminei a leitura desnorteado, identificado com a efusão que Dora Kramer disse ter sentido. Se tivesse conseguido seu e-mail, como ela conseguiu, também teria escrito a ele um "parabéns". O livro vale quanto pesa.

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